CONSCIENTIZAÇÃO

Setembro Amarelo e a importância em falar sobre suicídio

O Setembro Amarelo é o mês de prevenção e posvenção do suicídio.

Setembro Amarelo e a importância em falar sobre suicídio
Iniciada em 2015, o Setembro Amarelo é uma campanha brasileira de prevenção ao suicídio. - Foto: Ilustrativo

Segundo dados divulgados pela OMS, Organização Mundial da Saúde, o índice de mortes autoprovocadas no Brasil superou a média do continente americano, atingindo 7% enquanto o índice global despenca 9,8%.

Em seu último levantamento realizado, o Sistema de Informações sobre Mortalidade, a SIM, registrou que entre 2007 e 2017 mais de 100 mil óbitos foram por suicídio. Em 2016, ano com maior índice registrado até então, chegou a atingir taxas de 5,8 suicídios por 100 mil habitantes, totalizando 11.433 óbitos.

Uma das principais causas das mortes autoprovocadas é a intoxicação exógena, que consiste em ingerir substâncias venenosas. Em 2017 o número registrado de tentativas de suicídio por intoxicação chegou a 36.279 casos, quase cinco vezes mais que dez anos antes, em 2007, quando os números beiravam os 7.400 casos. A região Sul engloba 25% das tentativas.

Em Maringá o suicídio também se mostra preocupante. Segundo dados coletados pelo Maringá Post através da Gerência de Epidemiologias do município, em maio de 2018 o levantamento parcial de tentativas de suicídio alcançaram 200 casos, sendo 176 resultantes em óbito.

O suicídio pode atingir qualquer idade, gênero, classe social e orientação sexual. Trata-se de um fenômeno complexo com gatilhos diversificados para cada pessoa e não deve ser menosprezado. Em entrevista concedida à OUL de São Paulo, a especialista em suicídio Karina Okajima Fukumitso afirma que o suicídio não é loucura, fraqueza, covardia ou coragem e que “nem toda pessoa que se mata tem depressão.”

“Não temos tempo e espaço para lidar com a vulnerabilidade humana. Isso que o torna abominável [o suicídio]. Ele escancara aquilo que mais se quer esconder, sentimentos indesejáveis, como tristeza, raiva, fraqueza. Não cabe a ninguém julgar o outro. O suicidologista norte-americano Edwin S. Shneidman, referência no assunto, o definiu como um ato definitivo para um problema que deveria ser temporário”, afirma.

Conversar, expor sentimentos de angústia e buscar ajuda ainda são os métodos mais eficazes para evitar o suicídio. O Centro de Valorização à Vida (CVV) atende ligações durante 24 horas por dia através do número 188 a fim de prestar suporte anônimo e diminuir as estatísticas de suicídio. Além das ligações, a CVV também atende por e-mail e chat online no site www.cvv.org.br/.

Serviço
Iniciativas têm sido realizadas durante o mês Amarelo em Maringá incluindo mesas redondas, palestras e ações de prevenção como a “Cartas Amarelas”, que disponibilizam em comércios e UBSs cartas com mensagens de apoio. Acesse Eventos e confira a programação para o Setembro Amarelo.

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