Um universo repleto de cores, formas e sentimentos, resultado de olhares, até pouco tempo atrás, perdidos e que, hoje, renascem com um brilho mais intenso e cheios de vontade de viver. É a sensação de quem se depara com uma das obras de arte a serem expostas amanhã (18), no Térreo do Paço Municipal de Maringá.Das 8 às 17h30, quem for até a Prefeitura vai poder conhecer, por meio de telas e peças do artesanato, os avanços conquistados pelos portadores de distúrbios mentais, atendidos pelos centros Integrado de Saúde Mental, o Cisam e de Atenção Psicossocial, o Caps Canção. A posição é atividade realizada para promover e acentuar o Dia Nacional da Luta Antimanicomial.Um dos artistas é José Benunes Chaves. Aos 42 anos, está no Caps Canção desde o início, em maio de 2004. Com problemas de depressão, causados por um acidente automobilístico, que resultou na morte de um grande amigo e seis meses em coma em uma Unidade de Terapia Intensiva, Chaves freqüenta o Centro todos os dias e participa da maioria das atividades. Como ele mesmo se define: "aqui eu pinto e bordo".Outra participante da mostra é Sandra Regina Morais, 26 anos. Depressiva, também está no Caps desde a fundação, com diferença em relação a Chaves: só vai ao Centro três dias da semana. Além das aulas de pintura, pratica capoeira. Entre um pincel e tubos de tinta, diz estar feliz com otrabalho desenvolvido. Caçula do grupo de artistas, Josiane Aparecida Forcelli Leite, 23 anos, chegou há poucos meses. "Pinto os quadros, faço biscuit e broches da bandeira do Brasil, com miçangas coloridas", explica.Cleuza Padilha de Bonfim, 56 anos, está no Caps há um ano, depois de fazer tratamento por 4,5 anos, no Cisam. Sofre de Síndrome de Pânico e não pode ver pessoas vestidas de branco. Também é uma paciente aplicada. Participa das oficinas de pintura, crochê, tricô e é uma das cozinheirasque preparam o almoço para os internos. "Minhas crises diminuiram. Estou mais segura", afirma.Há sete meses no Caps Canção, Neide Juliani Bueno, 45 anos, relutou e muito para participar do grupo. Paciente do Cisam desde 2003, tinha medo de aceitar a recomendação médica. "Tenho depressão. Imaginava que aqui seria diferente. Hoje, falo que deveria ter vindo antes, porque tudo aqui é muito bom", justifica. A satisfação da artista é tanto que ela conseguiu uma vaga no curso de desenho no Centro de Ação Cultural, Cac, da Prefeitura. Agora, ela espera uma oportunidade para aumentar a freqüência semanal que é de um dia.
Um passo à frenteO Centro Integrado de Saúde Mental, o Cisam, foi fundado em 1994. Em 2002, a Prefeitura de Maringá criou o Centro de Atenção Psicossocial, o Caps AD, para dependentes químicos e alcoólatras. No ano seguinte, entrou em atividade a emergência psiquiátrica do Hospital Municipal, que atende67 municípios. Em maio de 2004, teve início o atendimento do Caps Canção.A partir de 2005, com a posse do prefeito de Maringá, Silvio Barros o Cisam e os Caps recebem investimentos e melhorias necessárias para a reinserção social, comodidade, e resgate da auto-estima dos pacientes. No Cisam, são, em média, 50 consultas psiquiátricas, 45 atendimentos psicológicos e a entrega de medicamentos de 200 receitas, por dia.Em parceria com as instituições de Ensino Superior, com cursos na área da Saúde, a Prefeitura de Maringá oferece atendimento de fisioterapeutas, assistentes sociais, nutricionistas e professores de Educação Física. São
atividades físicas, como alongamento e hidromassagem. "Atendemos o paciente e a família", comenta o secretário Municipal da Saúde, Antônio Carlos Nardi.Há ainda o curso de alfabetização para adultos, que a Prefeitura de Maringá, o Serviço Social da Indústria, o Sesi, e o Ministério da Educação oferecem a um grupo de 20 pessoas. É a primeira turma do gênero a receber as aulas do Projeto Sesi - Por um Brasil Alfabetizado. A duração é de seis meses. As aulas ocorrem três vezes por semana. Aofinal, todos receberão certificados. O Caps Canção está instalado em uma chácara. Foi criado para reduzir as internações prolongadas e desnecessárias. Oferece psicoterapia, acompanhamento médico e terapia ocupacional. São aulas de capoeira, oficinas de bordado, crochê, biscuit, miniaturas em madeira, pintura, jardinagem, cultivo de horta e cozinha terapêutica.São 60 pacientes que freqüentam o Caps Canção. Uma parcela participa das atividades todos os dias. Outra de duas a três vezes por semana. Tem um grupo que vai quatro vezes por semana. "Além da atenção dos profissionais da Prefeitura e dos parceiros, há um grupo de voluntários que contribuem de forma significativa", declara o secretário Nardi.O prefeito Silvio Barros diz que Maringá pratica as técnicas modernas de tratamento, convivência e valorização das pessoas com sofrimento emocional. "Eles são cidadãos que merecem uma dose extra de dedicação e carinho, porque precisam ser compreendidos, primeiro pela família, e depois pela comunidade", frisa.
Serviço:Evento: Exposição de Arte do Dia Nacional da Luta
AntimanicomialLocal: Paço MunicipalEndereço: Avenida XV de Novembro, 701Data: quinta-feira (18)Horário: das 8 às 17h30FOTOSAs fotografias referentes à matéria possuem alta resolução e estão disponíveis no "site" www.maringa.pr.gov.br, no "link" GALERIA DE FOTOS - IMPRENSA, com disponibilidade para serem copiadas com busca por data ou por assunto com as respectivas legendas e créditos. Ao clicar nesse novo"link" aparecerão as fotografias em tamanho reduzido. Para copiá-las basta clicar na fotografia escolhida para ampliar e estará pronta para ser salva. As fotografias são inseridas na galeria, diariamente, com legendas específicas que aparecem quando o cursor do "mouse" passa sobre a fotografia ou quando as imagens são ampliadas.Qualquer dúvida sobre o acesso pode ser esclarecida pelo telefone (44)3221-1519.