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Vestibular dos Povos Indígenas 2017 será organizado pela Universidade Estadual de Maringá

Vestibular dos Povos Indígenas 2017 será organizado pela Universidade Estadual de Maringá
Realização das provas estão previstas para o mês outubro
A cada ano, uma universidade pública do estado fica responsável pela organização do Vestibular dos Povos Indígenas. Em 2017, a instituição organizadora é a UEM. As datas de realização das provas estão previstas para o mês outubro, no município de Faxinal do Céu, na região centro sul paranaense.

O vestibular está dividido em duas etapas. A primeira delas, programada para o dia 1º de outubro será reservada para a prova oral, quando o indígena inscrito é entrevistado por uma banca formada por dois profissionais voltados ao trabalho com a temática indígena e à diversidade étnica. No dia 2 de outubro será a vez da prova de redação e conhecimentos gerais, com questões de Língua Portuguesa, Língua Estrangeira, Matemática, Física, Química, Biologia, História, Geografia e Línguas Indígenas, sendo elas o Guarani e Kaingang.

No total, serão 52 vagas disputadas, sendo seis vagas para cada universidade estadual e 10 disponíveis na Universidade Federal do Paraná (UFPR). Esta é a terceira vez que o Vestibular Indígena fica a cargo da UEM. As inscrições ocorrerão entre os dias 30 de junho a 31 de julho. A estimativa é que tenham em torno de 600 inscritos para esta edição do Vestibular.

Avanços

Como em todos os setores das universidades paranaenses, os cortes de gastos do governo do estado comprometem a viabilidade de projetos de inclusão. Um dos desafios para a instituição que organiza o vestibular dos Povos Indígenas é manter o calendário anual de provas. Nos últimos quatro anos, a Seti assegurou o custo total de logística e elaboração do exame.

Ainda de acordo com a vice-presidente da Cuia do Paraná, o grande desafio não é o processo de inclusão, mas o de permanência nas universidades, pois “os estudantes indígenas são pertencentes a diferentes etnias e diferentes modos de conceber, ver e estar no mundo. Ou seja, trazem para a universidade uma diversidade de línguas, culturas, organizações sociais, políticas, econômicas e cosmológicas próprias de suas etnias, que os não indígenas desconhecem e, muitas vezes, desvalorizam por meio de atitudes preconceituosas. Assim, é importante que os docentes estejam atentos para formas mais eficientes de transmissão de conhecimento, respeitando os valores culturais dos povos indígenas”, diz Rodrigues.

Em contrapartida, o Vestibular dá visibilidade maior às características de cada etnia. Há também um olhar diferenciado sobre a presença indígena ao convívio social. Já para eles, a inclusão tem significado especial, convivendo comumente sem perder as raízes. “Os indígenas formados acabam retornando à aldeia, colocando o conhecimento adquirido na universidade em benefício de seu povo”, esclarece Rodrigues.