ECONOMIA

Maringá foi o segundo município que mais gerou emprego no Paraná

Maringá foi o segundo município que mais gerou emprego no Paraná
Destaque para os frigoríficos que foram os que mais geraram emprego
Mesmo com a recessão, o Paraná acumula saldo positivo na geração de emprego nos últimos cinco anos e meio. Entre janeiro de 2011 de julho de 2016, o Estado somou 200,9 mil novos empregos com carteira assinada. O saldo, que mede a diferença entre admissões e demissões no período, ficou atrás apenas de São Paulo (251,9 mil).

Os dados são de um levantamento do Observatório do Trabalho, ligado à Secretaria de Estado da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos, com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O Paraná ficou à frente de estados como Santa Catarina (172,1 mil), Rio Grande do Sul (153,4 mil) e Minas Gerais (107,2 mil) no período.

“O levantamento mostra que o Paraná, durante a crise, superou outros Estados que geralmente criavam muito emprego, como Rio de Janeiro e Minas Gerais”, diz Suelen Glinski Rodrigues dos Santos, economista do Observatório do Trabalho.

A crise afetou fortemente a geração de empregos nas grandes cidades, mas Curitiba permanece, nos últimos cinco anos e meio, como a maior geradora de vagas do Estado.

Entre janeiro de 2011 e julho de 2016, a capital totalizou um saldo de 17,2 mil vagas. Maringá ficou em segundo lugar, com 16,5 mil, e Cascavel em terceiro, com 12,9 mil vagas. Londrina ficou em quarto lugar, com 10,1 mil empregos.

DESEMPENHO - O resultado pode ser explicado pelo avanço da produção da agroindústria no Interior, com destaque para os frigoríficos, e da participação forte dos setores de serviços e comércio, principalmente nas grandes cidades. O desempenho desses setores mais que compensou o tombo registrado pela construção civil e a indústria da transformação com a recessão brasileira.

O Paraná registrou, no período, saldos positivos de emprego em seis dos oito setores pesquisados no Caged. O líder foi o setor de serviços, responsável por um saldo de 140,5 mil novos postos de trabalho.

Em segundo lugar veio o comércio, com 70,7 mil, seguido pela pela administração pública, com 5,7 mil, e agropecuária, com 4,5 mil. Serviços industriais de utilidade pública registraram um saldo de 1,99 mil vagas e o setor extrativo mineral ficou com saldo de 724 vagas. Na direção contrária, a construção civil registrou perda de 3,9 mil postos e a indústria da transformação eliminou 19,5 mil.

“Embora a crise tenha prejudicado a geração de vagas, esses setores mas que compensaram a queda no ritmo do emprego de outros setores, como construção e a indústria”, diz Suelen.

FRIGORÍFICOS - Entre as atividades que mais geraram emprego, o grande destaque ficou com os frigoríficos, principalmente da região Oeste do Estado. A atividade de abate de suínos, aves e outros pequenos animais registrou um saldo positivo de 16,8 mil vagas, o maior do Estado.

A atividade de comércio varejista de mercadorias, com predominância de produtos alimentícios, hipermercados e supermercados ficou em segundo lugar (16,2 mil vagas) e transporte rodoviário de cargas em terceiro, com 12,8 mil.

ALIMENTOS - Apesar de a indústria ter sido o setor mais prejudicado na crise, alguns segmentos ajudaram a evitar uma queda ainda maior do emprego industrial no Estado. A indústria de produtos alimentícios, bebidas e álcool etílico acumula um saldo de 17,6 mil vagas no período e a indústria química de produtos farmacêuticos, veterinários e perfumaria, por sua vez, fechou um período com saldo de 2,6 mil vagas.

EXPECTATIVA - Na avaliação da economista, o impacto mais forte da crise sobre o emprego foi em 2015, quando foram fechadas 77,1 mil vagas no Estado.

Embora o Paraná acumule, de janeiro a julho deste ano, saldo negativo de 22,1 mil vagas, a previsão é fechar 2016 com um ritmo menor de perdas do que no ano passado. “Os números mostram que o cenário de emprego parou de piorar, o que abre espaço para uma recuperação futura”, acrescenta Suelen.