Ambientalistas ligados a três organizações não governamentais de atuação mundial estão em Maringá para a campanha "Liberte-se dos Combustíveis Fósseis", com o foco voltado ao combate do "Fracking", uma tecnologia usada para a exploração do gás de xisto nas camadas mais profundas do subsolo. Considerada pelos ambientalistas uma ameaça para o futuro do Brasil, o fracking permite que, para fraturar a rocha, sejam injetados no solo enormes quantidades de água e produtos tóxicos, contaminando nossa água, ar, solo e alimentos. "O fracking causa câncer, infertilidade e doenças neurais e também provoca alterações radicais no clima", diz material informativo que apela para que a população se junte à Nação dizendo "Não Fracking Brasil".O trabalho dos ambientalistas já conseguiu impedir a exploração do gás de xisto em várias cidades brasileiras e do mundo. A atuação das ONGs consiste basicamente em conversar com a sociedade civil organizada, incluindo os prefeitos, no sentido de mostrar a eles que é possível reverter a situação fazendo aprovar, por exemplo, uma lei municipal cujo modelo foi desenvolvido pelas organizações.Ilan e Renan, com cartazes sobre a campanhaSegundo Ilan Zugman e Renan Andrade, Maringá é uma das cidades brasileiras sondadas, pelo governo federal, para receber a exploração por meio do fracking. A exploração se dá a partir do momento em que a Agência Nacional do Petróleo (ANP) autoriza, através de leilões de áreas em todo o País, investidores, normalmente do exterior, a perfurarem o solo a 3 mil metros de profundidade para extrair o gás de xisto.
Informações das ONGs dão conta que, neste ano, a ANP decidiu prospectar 172 novos municípios no Paraná, entre eles Maringá. Por isso, os dois ambientalistas estarão presentes, de hoje (5) até a próxima segunda-feira (9), na Expoingá, nos três estandes reservados ao Núcleo de Agroecologia e Desenvolvimento Sustentável (Nads), da Universidade Estadual de Maringá (UEM).A ideia é que neste espaço do Nads, coordenado pelo professor José Ozinaldo Sena, seja feita a distribuição de cartazes e outros materiais informativos a respeito da campanha.Aproveitando a passagem pela cidade, os dois participarão, na segunda-feira (9), do desfile em comemoração ao aniversário de Maringá, quando divulgarão o trabalho para as pessoas, tentando obter a maior adesão possível da população. De acordo com Ilan, 7 milhões de brasileiros já aderiram à campanha em todo o País, que vai se estender até o dia 15 de maio. Além de Maringá, as ações das ONGs no Paraná envolverão as cidades de Umuarama e Toledo.No Brasil, a campanha "Não Fracking Brasil" está se concentrando principalmente nos estados do Ceará e do Paraná. O Ceará sedia a maior usina termelétrica movida à carvão, do Brasil. Conforme os ambientalistas, o Brasil possui uma das maiores reservas de xisto do mundo. Eles propõe que, no lugar da exploração do gás de xisto, o Brasil passe a utilizar matrizes energéticas limpas, como a hídrica, a solar, a eólica e a biomassa.A campanha "Nãon Fracking Brasil" tem o envolvimento das organizações não governamentais "350.org", "Coesus - Coalização Não Fracking Brasil" e "Cooper Livre Arayara".