CULTURA

Convite ao Cinema apresenta “A Última Sessão de Cinema” neste domingo (22)

Convite ao Cinema apresenta “A Última Sessão de Cinema” neste domingo (22)
Elenco fabuloso com Cloris Leachman e Ben Johnson

O projeto da Secretaria de Cultura, Convite ao Cinema, apresenta neste domingo (22), às 17 horas, o filme “A Última Sessão de Cinema” no auditório Hélio Moreira. A entrada é gratuita e os participantes devem chegar 15 minutos antes da exibição. A classificação é de 16 anos. Após a apresentação o coordenador do projeto, Paulo Campagnolo, abre um debate sobre a obra.

Confira o texto de Campagnolo sobre o filme:

Anarene, Texas, 1951. Tédio e desilusão. Nostálgico e muito, mas muito triste, “A Última Sessão de Cinema” foi saudado, em seu lançamento, como a mais promissora estreia de um diretor depois de “Cidadão Kane”, de Orson Welles. Isso não é pouco, certamente. E faz jus a essa obra-prima de Peter Bognadovich, então com 32 anos. Trata-se de um dos retratos mais belos daquilo que podemos chamar de “o que perdemos com o tempo?”. Uma pequena cidade, seus personagens, suas frustrações, o vazio. A América entrava na Guerra da Coréia. O cinema já não era mais o mesmo. No único da cidade, a última sessão antes do fechamento. O filme é “Rio Vermelho”, de Howard Hawks. Bogdanovich orquestra com maestria os anseios do lugar. Adolescentes em rito de passagem para a dura vida adulta: os amores, o sexo, o álcool, o nada. Pessoas maduras e seus ressentimentos diante das frustrações que o tempo fez questão de tornar indeléveis. No elenco fabuloso, Cloris Leachman e Ben Johnson (em trabalho que John Ford, o grande, insistiu para que ele fizesse) levaram o Oscar como Coadjuvantes. Mas tem Ellen Burstyn, uma das maiores atrizes americanas, Timothy Bottons (que havia feito o estrondoso “Johnny Vai à Guerra”, de Dalton Trumbo), Jeff Bridges no começo da carreira e a estreia de Cybill Shepherd (que em 76 estaria no “Taxi Driver”, de Scorsese), além de Eileen Brennan, como a garçonete Genevieve, uma das mais subestimadas atrizes cômicas do cinema americano. Um filme para quem ama o cinema e sabe que, muitas vezes, o que se perde pelo caminho, não se reencontra jamais.