SAÚDE

Prazo da vacinação contra o HPV termina no dia 15 de abril

A Secretaria de Saúde está orientando as meninas que tem direito a vacinação contra o HPV, que garantam a imunização até a primeira quinzena de abril. Após este período, explica a coordenadora da Sala de Vacina, Edlene Aceti Goes, será iniciada a vacinação contra a influenza (gripe), aumentando muito a procura nas Unidades Básicas e no setor de vacina da Secretaria de Saúde.

A vacinação contra o HPV integra as ações do Ministério da Saúde de prevenção do câncer do colo do útero e dá continuidade à estratégia de vacinação contra o papilomavírus humano 6, 11, 16 e 18. A vacinação, conjuntamente com o rastreamento do câncer do colo do útero, possibilita prevenir a doença nas próximas décadas. Atualmente este agravo representa a terceira causa de morte por neoplasias entre mulheres no Brasil.

Neste ano o público alvo da campanha são meninas na faixa etária de 9 a 11 anos de idade, além das meninas de 12 e 13 anos que ainda não tomaram a primeira dose. A vacina também será ofertada para as mulheres de 9 a 26 anos de idade com HIV+. Esta população foi incorporada como prioritária, considerando que as complicações decorrentes do HPV ocorrem com mais frequência em pacientes portadoras de HIV e da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS).

Esta indicação é reforçada com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Comitê Técnico Assessor de Imunizações (CTAI) do Programa Nacional de Imunizações (PNI) em conformidade com o Departamento de DST/AIDS e Hepatites Virais, visto que a vacina é uma medida de prevenção primária que proporcionará maior proteção à infecção pelo HPV. Outro aspecto relevante a ser esclarecido é que a vacina HPV quadrivalente é segura e os eventos adversos pós-vacinação quando presentes são leves e autolimitados.

Colo do útero

O câncer de colo de útero se constitui como a terceira causa de morte por câncer entre mulheres no mundo e no Brasil, com mais de 5 mil vítimas por ano em média no país. O HPV é um vírus que apresenta mais de 200 genótipos diferentes, sendo 12 deles considerados oncogênicos pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer (IARC) e associados a neoplasias malignas do trato genital, enquanto os demais subtipos virais estão relacionados a verrugas genitais e cutâneas.

Os tipos virais oncogênicos mais comuns são HPV 16 e 18, responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero, enquanto os HPV 6 e 11 estão associados a até 90% das verrugas anogenitais. A principal forma de transmissão do HPV é por via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Mas também pode ser transmitido, durante o parto ou, ainda, através de instrumentos ginecológicos não esterilizados.

Desde a introdução da vacina HPV, uma das preocupações das famílias em vacinar essa faixa etária seria uma possível mudança no comportamento sexual dessas jovens que, influenciadas pela vacina, poderiam se sentir estimuladas a iniciar mais precocemente sua vida sexual.

Contudo, estudos mostram que a melhor ocasião para vacinação contra o HPV é efetivamente na faixa etária de 9 a 13 anos, antes do início da atividade sexual e enquanto os pais ainda mantem o hábito de levar os filhos para tomar outras vacinas administradas nessa faixa etária. Além disso, é nessa época da vida, que a vacinação proporciona níveis de anticorpos muito mais altos que a imunidade natural produzida pela infecção do HPV.

Prevenção primária

O Ministério da Saúde iniciou em março de 2014 a vacinação para meninas de 11 a 13 anos de idade com 1ª dose com a vacina HPV quadrivalente, e em setembro de 2014, foi ofertada a segunda dose do esquema vacinal; mesmo para aquelas que completaram 14 anos na ocasião da 2ª dose.

A população de mulheres de 9 a 26 anos de idade com HIV+, foi incorporada agora como prioritária na extensão de cobertura, considerando que as neoplasias anogenitais e as lesões intraepiteliais decorrentes do HPV ocorrem com mais frequência em pacientes portadoras de HIV e da síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). Nesse sentido, estudos apontam que o câncer cervical tem 5 vezes mais probabilidade de se desenvolver em mulheres HIV+ do que na população geral.

O Ministério da Saúde esclarece ainda que a vacinação é uma ferramenta de prevenção primária, não substituindo o rastreamento do câncer realizado por meio do exame de Papanicolau. Especialmente porque a vacina não confere proteção contra todos os subtipos oncogênicos de HPV. Desse modo, a vacina não confere proteção contra outras doenças sexualmente transmissíveis e, por isso, o uso do preservativo em todas as relações sexuais deve ser mantido.