Filme “Calvary” é atração do Projeto Um Outro Olhar neste sábado (23).

O projeto Um Outro Olhar exibe neste sábado (23), às 20 horas, o filme “Calvary”, no Auditório Hélio Moreira (anexo Paço Municipal). A entrada é franca e a classificação de 18 anos. Produzido na Irlanda e Reino Unido em 2013, a direção é de John Michael McDonagh.

Criado em 2000, o projeto Um Outro Olhar tem a proposta da exibição de filmes clássicos, alternativos e contemporâneos de arte para a reflexão de inúmeras questões que fazem parte da condição humana. O projeto conta com o apoio da Secretaria de Cultura, Jornal O Diário, Maringá.com, Art Vídeo e patrocínio da Sociedade Médica e da Cocamar.

O coordenador do projeto Um Outro Olhar, Paulo Campagnolo, comenta a obra: “Logo na primeira cena ′Calvary’ parece nos dizer o caminho que vai seguir: um homem confessa a um padre coisas de seu passado e diz que vai matá-lo no próximo domingo. Se o suspense já é um indicador neste primeiro momento, o diretor John Michael McDonaugh (em seu segundo filme) trata, em princípio, de ′aliviar’ as tensões - diferente do Hitchcock de ′A Tortura do Silêncio’. O padre, personagem principal aqui (Brendan Gleeson num trabalho arrasador), está mais perto de Bresson (de ′Diário de Um Padre’) e o que se seguirá é um verdadeiro desafio: o confronto da sua bondade e da sua luta para manter a fé diante de alguns personagens que são como uma espécie de representantes das mazelas humanas. Pedofilia, adultério, drogas, suicídio, arrivismo, velhice, homoerotismo e cinismo serão alguns dos ′temas’ enfrentados pelo padre e pelo diretor. A grande maravilha do filme reside na maneira como McDonaugh consegue manter a sobriedade diante de tão multifacetada tarefa - dando a cada cena, a cada encontro desse padre com os seus ′fiéis’, a imperiosa dimensão de como nem tudo, às vezes, pode ser simples. Profunda reflexão sobre a fé e sobre as caminhos da Igreja Católica, ′Calvary’ parte basicamente de um esquema que, por fim, é emocionantemente subvertido pelo diretor. Lindamente fotografado, com uma trilha sonora inspirada, desempenhos excepcionais dos atores, o filme ainda traz um texto absolutamente inteligente, com diálogos que podem ser verdadeiros exercícios de reflexão e que poderão ficar durante muito tempo na cabeça do espectador. Inédito no Brasil”.