CULTURA

Projeto Um Outro Olhar exibe “Síndromes e um Século” neste sábado (28).

O projeto Um Outro Olhar exibe neste sábado (28), às 20 horas, o filme “Síndromes e um Século”, no Auditório Hélio Moreira (anexo Paço Municipal).

Projeto Um Outro Olhar exibe “Síndromes e um Século” neste sábado (28).
A entrada é franca e a classificação de 16 anos.

A entrada é franca e a classificação de 16 anos. Produzido na Tailândia, França e Áustria, a direção é de Apichatpong Weerasethakul.

Criado em 2000, o projeto Um Outro Olhar tem a proposta da exibição de filmes clássicos, alternativos e contemporâneos de arte para a reflexão acerca de inúmeras questões que fazem parte da condição humana. O projeto conta com o apoio da Secretaria de Cultura, Jornal O Diário, Maringá.com, Art Vídeo e patrocínio da Sociedade Médica e da Cocamar.

O realizador do projeto Um Outro Olhar, Paulo Campagnolo, comenta a obra. “Em pesquisa recente, ′Síndromes e Um Século’ foi eleito o melhor filme do século 21. Isso talvez pudesse servir de ′amparo’ para o espectador. No fundo, o que importa uma pesquisa ou mesmo uma lista de ′melhores’? O fato é que Apichatpong Weerasethakul é um dos artistas mais fascinantes do cinema recente. É fácil dizer isso depois de ver seus filmes: obras em aberto onde a narrativa é basicamente substituída pelas sensações. Longe dos estúdios, de grandes orçamentos e de ′aparatos’ comercias sedutores, o cinema deste tailandês inclassificável nos devolve a ′fortuna’ inestimável de certos diretores do passado, com seu misto de inocência e espiritualidade. Com personagens que parecem flutuar em cena, ′Síndromes e Um Século’ é baseado na vida do pai e da mãe de Weerasethakul - ambos médicos na Tailândia. Impossível contar a ′história’. Impossível apreender a ′história’. Dividido em duas partes (tal qual o seu extraordinário ′Mal dos Trópicos’, de 2004), o filme faz da memória seu condutor: repetindo, retornando, reiterando cenas e ′eventos’ num painel que tem como objeto um hospital e a demanda de ′doenças’ que ali se instala. Num determinado tempo e num outro determinado tempo. Determinações que esbaram numa indeterminação tão hipnótica e repleta de langores que parece que estamos a ver um filme de fantasmas. Fantasmagoria: eis um jeito, digamos assim, de ′colocar’ o cinema de Apichatpong num certo ′lugar’. Mas não será tão simples assim. ′Síndromes e Um Século’ é um filme que olha para o mundo procurando a liberdade. Um cinema, no mais, que exige uma mente livre de noções preconcebidas e do desejo de ilusões fáceis. Um cinema, certamente, maior do que a vida”.