CULTURA

V Festival Afro-Brasileiro encerra nesta sexta-feira (29).

A Assessoria de Promoção da Igualdade Racial promove nesta sexta-feira (29), a cerimônia de encerramento do V Festival Afro-Brasileiro de Maringá, com uma grande festa aberta a toda comunidade no Ginário de Esportes Valdir Pinheiro, na Vila Olímpica. Serão apresentados os principais espetáculos que durante todo o mês de novembro percorreu escolas públicas, praças e vários bairros dentro da programação do festival.

A cerimônia de encerramento do V Festival Afro-Brasileiro começa às 20 horas, com apresentação de “Bumba Meu Boi”, com o Grupo Anjos da Guarda, com coordenação de Valdeir Gomes de Souza. Na sequência será o espetáculo de street dance “Do Gueto para o Palco”, do coreógrafo Marcelo Street, do Grupo Almas de Rua.

Serão oferecidas ainda apresentação de Capoeira, com o Mestre Chuppim, do Centro Cultural Sucena; espetáculo de dança “O Negro Brasileiro”, com o Grupo AFRO-SIM e coordenação de Wellington da Silva Anacleto; e apresentação de “Samba de Roda” com a coreógrafa Lissandra Felipe, sob coordenação do Centro Cultural Sucena.

O V Festival Afro-brasileiro foi prestigiado por mais de 19 mil pessoas durante o desenvolvimento de toda a programação, que levou a arte, a cultura, os costumes e a presença dos afrodescendentes na história do Brasil para toda a cidade. “O Festival Afro-Brasileiro se consolidou nestes cinco anos graças ao grande trabalho do professor Ademir Félix de Jesus, ex-assessor de Promoção de Igualdade Racial de Maringá, idealizador e criador do festival”, lembra o prefeito Roberto Pupin.

O festival é realizado em novembro para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro no Brasil e dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira. A data foi escolhida por coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1695. O Dia da Consciência Negra procura ser uma data para se lembrar a resistência do povo negro.

Os eventos do Festival Afro-Brasileiro visam exaltar a origem africana e referendar a unidade de luta pela liberdade de informação, manifestação religiosa e cultural. Buscar maior participação e cidadania para os afro-brasileiros, gerar força para dizer não ao racismo, à discriminação e ao preconceito racial.

Foram realizadas duas palestras, 20 apresentações de teatro de bonecos, 3 espetáculos de danças afro-brasileiras, 20 oficinas de Capoeira e Danças afro-brasileiras, 2 workshops, 4 exposições, um campeonato de dança de rua, um desfile afro, uma apresentação de grupo de percussão, uma Festa do Bumba-meu-boi, um Encontro Regional do Bumba-meu-boi, e outras atividades perfazendo a participação de mais de 19 mil pessoas.

O festival também contou com a ilustre presença do cantor, compositor, dançarino, ator e pesquisador Tião Carvalho, que ministrou dois workshops e participou da Festa do Bumba meu boi.

Emoção

O Dia da Consciência Negra, 20 de novembro, foi lembrado com muita emoção, com a capacidade do teatro Barracão esgotada (215 cadeiras), o público, inclusive de outras cidades da região. Um dos pontos pontos altos deste evento foi quando Mestre Chuppim começou a cantar samba do véio “...Nazaré, Nazaré...” e as crianças continuavam em coro espontâneo “ olha o povo do samba chegou...” . “Foi emocionante ouvir crianças cantando um samba que remonta cerca de 120 anos”, lembra o assessor de Promoção de Igualdade Racial, Hercules Ananias de Souza.

Ao encerrar o espetáculo, deu-se início a solenidade de entrega de troféus em homenagem às pessoas afro-brasileiras que se destacaram na comunidade negra em Maringá. O troféu Consciência Negra foi criado e fabricado pelo conceituado artista plástico Zanzal Mattar. O troféu tem esculpido no metal, Zumbi dos Palmares , o qual carrega na mão direita um grande olho, que segundo o artista representa o olho da liberdade.

Neste ano foram três homenageados: dona Amélia Maria de Jesus da Silva, de 102 anos que até recentemente usava cilindro e forno de lenha. O senhor Obede do Vale, com 78 anos e que durante muitos anos trabalhou no Sindicato do Café como ensacador e Aracy Adorno Reis, uma das fundadoras da Associação União e Consciência Negra de Maringá e Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques.