Relatório do Ministério da Saúde aponta que o Paraná tem alcançado os melhores resultados do país no controle da hanseníase. Os dados mostram que o Paraná foi um dos sete estados que conseguiram eliminar a doença como um problema de saúde pública. Agora, o Estado intensifica as ações para melhorar a assistência aos pacientes. O superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, explica que o Estado atingiu esse patamar porque reduziu consideravelmente o número de casos novos nos últimos anos. Apesar disso, a doença ainda circula no Estado e por isso não pode ser considerada totalmente erradicada. “Podemos dizer que a hanseníase está sob controle, mas ainda há muito a se fazer nesta área”, disse. Esses resultados são fruto da melhoria na vigilância e do acompanhamento dos casos, que diminuem os riscos de novas infecções. Como a hanseníase é transmitida através do contato com os doentes, o risco de transmissão é sempre maior entre familiares e outras pessoas próximas ao paciente. A investigação dos casos e a busca ativa de pessoas que possam ter contato com os doentes são alguns dos diferenciais do programa de controle da hanseníase no Paraná. Segundo o relatório, 91,9 % das pessoas com potencial risco de infecção também são acompanhados pelos serviços de saúde. O índice é o melhor do Brasil.
CIRURGIASDesde o ano passado, o Paraná garante atendimento integral aos doentes, com a oferta de tratamento reabilitativo para quem ficou com sequelas em decorrência da hanseníase. Um dos sintomas da hanseníase é a perda de sensibilidade da pele. Isso faz com que o doente tenha lesões nos pés, por exemplo, e não sinta dor alguma.
Com o passar do tempo essas lesões podem se agravar e até ocasionar infecções graves e amputações. Outro problema recorrente em pacientes com hanseníase é a atrofia de membros, também chamada de mãos e pés em garra. Em alguns casos, apenas a cirurgia reabilitativa pode recuperar a movimentação dos membros. A coordenadora do programa estadual de controle da hanseníase, Nivera Stremel, afirma que retomada das cirurgias reabilitativas demonstra o respeito com que o Governo do Estado trata esses doentes que ainda sofrem com o preconceito da época da lepra. “A doença mudou de nome, mas as sequelas físicas e psicológicas ainda ficaram. Com as cirurgias podemos dar mais dignidade e autonomia a esses pacientes”, explica. No Paraná, as cirurgias são realizadas pelo Sistema Único de Saúde no Centro Hospitalar de Reabilitação Ana Carolina Moura Xavier, em Curitiba, e na Santa Casa de Cambé, na região Norte do Estado.
DIAGNÓSTICOAs sequelas da hanseníase são comuns nos casos que tiveram diagnóstico tardio, geralmente detectados quando o paciente já tem algum tipo de incapacidade física. Neste quesito, o Paraná também teve avanços importantes de acordo com o Ministério da Saúde. Em cinco anos, o Estado reduziu em 33% a taxa de incidência de casos de pacientes com incapacidade grau 2, considerada grave pelas autoridades de saúde. O desempenho é o melhor do Sul do país.