TECNOLOGIA

Tecpar produzirá remédio para o combate ao câncer e a degeneração macular.

O Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) vai produzir até 2016 o medicamento biológico bevacizumabe para o combate ao câncer e a degeneração macular (perda de visão) relativa à idade. O laboratório do Tecpar, que será instalado no parque tecnológico de Maringá, produzirá o remédio para ser entregue ao Ministério da Saúde, representando significativa queda nos gastos com a importação do produto.

A parceria com a empresa russa Biocad Brazil foi formalizada em Brasília. Com a aprovação da Parceria para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), uma missão do Tecpar irá à Rússia, para estabelecer o cronograma de transferência de tecnologia, que deve começar com a capacitação de pessoal até atingir a produção no laboratório do Tecpar, que será instalado no parque tecnológico de Maringá.

Das 14 PDPs autorizadas pelo Ministério da Saúde, o Tecpar será o primeiro a entregar o produto. “O Ministério da Saúde gasta R$ 177 milhões anuais com a importação do produto. Com nossa entrada no mercado, esse número vai baixar para R$ 110 milhões, e a expectativa é o Tecpar ficar com pelo menos 50% do mercado”, afirmou o presidente do instituto, Júlio C. Felix. “A produção nacional vai baixar muito custos do Sistema Único de Saúde. É um processo extremamente importante também para nós, pois o Tecpar entra em nova área, a de medicamentos”.

PARCERIAS
O trabalho integrado entre o Tecpar e a Biocad integra um rol de novos empreendimentos anunciados pelo Ministério da Saúde. Novas 27 parcerias entre laboratórios públicos e privados, articuladas pelo Ministério da Saúde, vão resultar na produção nacional de 14 medicamentos biológicos. São produtos de última geração e de alto custo para o tratamento de câncer de mama, leucemia, artrite reumatoide, diabetes, oftalmológicos, além de um cicatrizante, um hormônio de crescimento e uma vacina alergênica. Os novos produtos representam gasto de R$ 1,8 bilhão por ano nas compras públicas do Ministério da Saúde. A produção nacional deve gerar economia de R$ 225 milhões por ano.

As medidas foram anunciadas nesta terça-feira (18) em Brasília, pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante encontro do Grupo Executivo do Complexo Industrial da Saúde (Gecis), que reúne indústria farmacêutica nacional além de seis ministérios, a Anvisa, Fundação Oswaldo Cruz e do Banco Nacional do Desenvolvimento Social (BNDES).

BIOLÓGICOS

Os produtos biológicos são mais eficazes em relação aos medicamentos tradicionais de síntese química, aumentando as possibilidades de sucesso no tratamento, principalmente para doenças crônicas. Eles são feitos a partir de material vivo e manufaturados a partir de processos que envolvem medicina personalizada e biologia molecular.

O Brasil produz, via transferência de tecnologia, 14 biológicos para doenças como hemofilia, esclerose múltipla, artrite reumatoide e diabetes. Até 2017, estes produtos terão fabricação 100% nacional.