ADOÇÃO E TRÁFICO

CPI do Tráfico de Pessoas virá ao Paraná

O deputado federal Fernando Francischini (PEN/PR) concedeu uma entrevista coletiva hoje (25), às 14h00, na Câmara de Maringá, com novidades sobre as supostas irregularidades nos processos de adoção no Paraná e também em Santa Catarina. Ele investiga o caso há um mês.

O deputado solicitou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), que investiga o tráfico de pessoas no Brasil, a realização de diligências nos municípios de São João do Triunfo (Paraná) e Gaspar (Santa Catarina) para acompanhar as investigações sobre denúncia de suposta irregularidade nos processos de adoção.

O deputado também quer que a CPI da Câmara dos Deputados requeira ao Conselho Tutelar, ao procurador-geral de Justiça e ao presidente do Tribunal de Justiça do Paraná e de Santa Catarina cópia de todos os documentos dos processos de adoção nacional e internacional de crianças dos dois municípios nos últimos cinco anos.

“A CPI precisa investigar se existe tráfico de crianças e a partir daí tomar providências. E mesmo que não exista tráfico, os processos de adoção devem ser verificados cuidadosamente porque os fatos indicam irregularidades. Os casos relatados pela imprensa nacional não deixam dúvidas de que houve excessos de quem tirou as crianças das famílias, enquanto a Lei faz os devidos resguardos para esse tipo de processo”, explica o deputado paranaense que é vice-presidente da CPI do Tráfico de Pessoas no Brasil. (Com assessoria de imprensa do deputado Francischini)

Os membros da Comissão Especial de Investigação (CPI) sobre Tráfico de Pessoas, instalada no Congresso Nacional, deverá percorrer municípios do Paraná e Santa Catarina apurando denúncias de adoções irregulares.

Francischini não revelou os nomes dos municípios que estão sob investigação no Paraná para não prejudicar o trabalho. Mas afirmou que uma das sete crianças retiradas de um casal em São João do Triunfo (PR) foi abusada sexualmente no exterior.

“Com apoio da Polícia Federal, Tribunal de Justiça, Conselhos Tutelares e Sicride (Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas) vamos quebrar o sigilo de processos de adoção abertos nos últimos anos para checar se os procedimentos jurídicos, éticos e morais foram seguidos.

Existe a suspeita que o crime de adoção irregular esteja envolvido também aos crimes de trabalho análogo à escravidão, exploração sexual e tráfico de órgãos”, explicou o deputado que também é delegado federal.

O vereador e presidente da Câmara de Maringá Ulisses Maia (PP) colocou o Legislativo como elo entre a sociedade e a CPI e garantiu que o tráfico de pessoas será tema de discussão nas Comissões Especiais de Segurança e Conselho Tutelar mais a Comissão de Direitos Humanos.