ENSINO

Cesumar leva orientação vocacional a alunos de escolas estaduais

Um convênio celebrado entre o Cesumar e a Secretaria de Estado da Educação irá assegurar orientação vocacional gratuita a milhares de estudantes da rede estadual de ensino. O projeto desenvolvido pelo Centro Universitário de Maringá é dirigido a estudantes do terceiro ano do Ensino Médio e visa atingir aproximadamente 60 mil alunos matriculados nas escolas de 28 núcleos regionais de educação do estado do Paraná.

O projeto conta com a participação de dez psicólogos, que vão até as escolas - mediante agendamento prévio -, para conversar com os alunos e fazer avaliação do perfil de cada um. O objetivo é mostrar a importância do autoconhecimento para a escolha de uma profissão.

Os psicólogos aplicam o teste Quati (Questionário de Avaliação Tipológica), um dos mais utilizados na identificação das aptidões pessoais e que pode ajudar os jovens na escolha de uma carreira. Após corrigir e avaliar os testes, eles voltam à escola para apresentar os resultados aos estudantes e orientar aqueles que ainda têm dúvidas.

De acordo com a coordenadora do projeto, Lidiane Bandeira, a proposta desse trabalho nasceu ao perceber que no Brasil há uma alta desistência de alunos no primeiro ano de faculdade. Dados do Instituto Lobo para o Desenvolvimento da Educação, da Ciência e da Tecnologia, de 2009, indicam que a evasão no ensino superior no país chega a 21%.

Avaliação

O psicólogo Roberto Martins Prado, que atua no projeto, avalia o índice de desistência de acordo com alguns fatores. Segundo ele, muitas vezes, o jovem é influenciado pela família na escolha da profissão e entra em cursos que não são da sua área de afinidade.

"Os pais projetam nos filhos aquilo que gostariam que eles fossem", diz o psicólogo, ao explicar também alguns mitos como, por exemplo, fazer com que o filho se inspire em alguém que está bem na profissão e busque a mesma área pensando tão somente na recompensa financeira.

Uma outra situação que geralmente leva à desistência de um curso é a falta de conhecimento. "O aluno escolhe um curso sem saber exatamente o que é a carreira. Ele vai perceber isso quando já está cursando e vê que não é o que gostaria de fazer a vida toda", aponta Prado.

A psicóloga Maria Carolina Socreppa lembra que, neste caso, é importante pesquisar a importância social do curso, as características e habilidades necessárias para o desenvolvimento da profissão, áreas de atuação e remuneração oferecida pelo mercado.

A partir da análise acima, Roberto Prado ressalta a importância da orientação vocacional nas escolas. "É necessário trazer para o aluno a responsabilidade da escolha. Fazer com que ele se conscientize e não deixe outras pessoas escolherem algo que é tão particular dele. Nesse sentido, o que ajuda é o autoconhecimento. Descobrir suas preferências e o que lhe dá satisfação vai garantir uma escolha mais acertada", assinala.

Para o diretor da escola Helena Colodi, de Sarandi, Luciano Pereira dos Santos, a aplicação do teste vocacional é um "ganho excepcional" para o aluno. "acredito que vai ajudar bastante. Os alunos vão descobrir melhor suas características e saber assim quais os cursos mais condizentes com o que eles buscam. Acho que pode diminuir a evasão na faculdade e minimizar muito o sofrimento dos jovens na hora de escolher uma profissão", diz o diretor.