RELIGIãO

Movimento Gay do Paraná quer criação de Pastoral da Diversidade

Representantes do movimento gay de Maringá requisitaram ao arcebispo da cidade paranaense, Dom Anuar Battisti, a criação de uma Pastoral da Diversidade para discutir ações de combate à homofobia. O religioso disse que vai estudar a proposta.

O pedido foi feito nesta terça (17), em um encontro marcado após a polêmica provocada por um cartaz de divulgação da Parada Gay que estampava a foto da Basílica Nossa Senhora da Glória refletindo as cores do arco-íris.

Luiz Modesto, um dos líderes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) em Maringá, disse que saiu da reunião "encantado" com a atitude do religioso, que afirmou querer uma Igreja que não seja preconceituosa, mas sim acolhedora.

As partes consideram o encontro "histórico". Para Modesto, "é um dia para o movimento LGBT comemorar".

Segundo a assessoria de imprensa da Cúria Diocesana de Maringá, o arcebispo deixou claro que a Igreja não quer criminalizar os homossexuais, mas não abre mão de sua base doutrinária, que considera o homossexualismo uma prática pecaminosa.

O líder do movimento gay disse que o polêmico cartaz não será mais utilizado para divulgar a Parada Gay. "Eu pedi desculpas para o bispo e para as pessoas que se sentiram ofendidas", afirmou.

A designer Elisa Riemer, que criou o banner, elogiou no Facebook a atitude do arcebispo. "Um beijo e um abraço, Battisti. A compreensão vai além dos olhos", postou.

No encontro, o representante do movimento LGBT mostrou ao arcebispo números da intolerância contra homossexuais na cidade. Segundo Modesto, nos últimos dois anos foram registrados 38 casos de agressão.

A Parada Gay em Maringá será no dia 20 de maio.