ECONOMIA

Pequenos empreendedores do Paraná terão capacitação e crédito subsidiado

O governador Beto Richa lançou nesta segunda-feira (07/12), em Foz do Iguaçu, dois programas destinados a apoiar empreendedores por meio de cursos de capacitação gerencial e oferta de crédito subsidiado. O Bom Negócio Paraná e o Banco do Empreendedor devem atingir 60 mil micro e pequenos empreendimentos formais e informais, com receita bruta de até R$ 2,4 milhões por ano.

“Esses programas irão fortalecer os mercados locais e estimular o desenvolvimento regional. A qualificação e o crédito permitem que os empreendedores atinjam novos níveis de qualidade e produtividade, tornando seus produtos competitivos,” disse o governador. O anúncio foi feito durante a abertura da 21ª convenção anual da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Paraná (Faciap).

Richa lembrou que no mês de outubro a Fomento Paraná firmou convênio com a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 10 milhões, para alavancar as operações iniciais do Banco do Empreendedor. Ele disse ainda que os dois programas complementam o Paraná Competitivo, que já atraiu cerca de R$ 8 bilhões em investimentos para o Estado, assegurando a criação de 12 mil empregos.

Os programas atenderão empreendedores informais, individuais, sociedades empresariais, sociedades simples, arranjos produtivos locais e cooperativas de produção, de serviços e de trabalho. A Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul será a gestora do programa de capacitação profissional. A Fomento Paraná irá coordenar a parte de financiamento aos empreendedores.

O governo espera que as ações ajudem a expandir a riqueza econômica regional e fortaleçam os micro e pequenos negócios nos 399 municípios do Paraná, elevando o nível de competitividade dos arranjos produtivos e estimulando a criação de leis municipais de incentivo às pequenas empresas.

EMPREENDEDORES – De acordo com dados do Sebrae, as empresas classificadas como micro e pequenas respondem por 20% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná. Elas representam 57% dos estabelecimentos formais do Estado, 55,8% da mão-de-obra ocupada e 44% dos salários e outras remunerações pagas.

Estima-se que cerca de 560 mil empreendedores estão na informalidade no Estado. Um dos objetivos dos novos programas é incentivar a formalização das empresas e o desenvolvimento regional com ações nos municípios, especialmente os mais carentes, com baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

Os programas seguirão um cronograma para contemplar todas as localidades. Ainda em 2011, serão selecionados quatro municípios para o projeto piloto. Em 2012 serão mais 133 cidades, em 2013 será estendido para outros 109 municípios e em 2014 o restante das cidades serão contempladas.

CRÉDITO – O presidente da Fomento Paraná, Juraci Barbosa Sobrinho, explica que os dois programas foram criados para atender o plano de governo 2011-2014, que determina a criação de estratégias para o desenvolvimento estadual e regional integrados. “É o crédito mais barato do Brasil, pois o Governo do Paraná está subsidiando e garantindo os riscos. Trabalhamos com os dois mais importantes pilares do pequeno negócio: dinheiro barato e qualificação”, disse.

O Bom Negócio Paraná será potencializado pela oferta de financiamentos do programa Banco do Empreendedor Paraná, que será operado pelo Fomento Paraná, juntamente com instituições parceiras. Os micro e pequenos empresários que participarem do programa de capacitação gerencial terão acesso a crédito com taxas de juros acessíveis, que irão variar de 0,58% a 1,1% ao mês. Para isso, serão analisados o porte da empresa e o histórico de pagamento de compromissos financeiros.

O limite de financiamento para empresas com receita bruta anual de até R$ 360 mil é de R$ 15 mil. As faixas de financiamento para as pequenos empreendedores, com receita de até R$ 2,4 milhões, irão variar de R$ 1 mil a R$ 300 mil, de acordo com a capacidade de cada empresário.

Os recursos a serem utilizados serão da Fomento Paraná e de captação de outras fontes, como Caixa Econômica Federal, BNDES e outras instituições financeiras. O financiamento poderá corresponder a até 100% do valor do investimento.

Os empreendedores poderão aplicar os recursos em capital de giro e na realização de obras, reformas, compra de móveis, instalações, montagens e aquisição de máquinas e equipamentos. O prazo máximo de pagamento irá variar da modalidade de investimento, 12 meses para capital de giro, 39 meses para investimento fixo e 24 meses para investimento misto.

Barbosa Sobrinho cita outros exemplos de iniciativas de apoio a empreendedores que deram bons resultados, como o programa Microcrédito, lançado em 2001 pela Fomento Paraná. “Como prefeito de Curitiba, Beto Richa desenvolveu diversas iniciativas que atenderam os micro e pequenos empresários. Uma delas foi o Bom Negócio, que hoje ampliamos para todo o Paraná”, afirmou Juraci.

CAPACITAÇÃO – O programa Bom Negócio Paraná usará metodologia desenvolvida pela Agência Curitiba de Desenvolvimento, da Prefeitura de Curitiba, mediante cessão de todos os direitos. O projeto já foi aplicado na região metropolitana da capital, onde teve a adesão de mais de 10 mil empreendedores nos últimos cinco anos.

O Estado do Paraná, em parceria com entidades empresariais, ofertará cursos gratuitos de capacitação gerencial, num total de 66 horas cada curso, durante 22 dias. Estão previstos pelo menos 240 cursos por ano. Anualmente, serão mais de 12 mil empresas e empreendedores capacitados, totalizando 15.840 horas de treinamento e formação.

Os empresários participantes do Bom Negócio Paraná serão capacitados nas seguintes áreas: empreendedorismo e projeto de vida, gestão de negócios, gestão de pessoas, gestão financeira, gestão comercial e gestão estratégica. O programa de capacitação e consultoria terá como público-alvo as empresas e empreendedores (formais ou informais), de qualquer setor empresarial.

O secretário da Indústria, Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, afirma que o governo tem feito um grande esforço para desconcentrar os investimentos e levar desenvolvimento integrado para todo o Estado, principalmente as regiões que têm menores indicadores de desenvolvimento humano. “É um programa importante, que incentiva a capacitação e o crescimento dos pequenos empreendedores”, disse o secretário.

Os dois programas serão desenvolvidos em parceria com diversos órgãos, como o Sebrae, Faciap, Fiep, Fecomércio, Sociedade de Garantia de Crédito (SGCs), instituições financeiras, além de prefeituras municipais e secretarias de Estado.

O presidente da Faciap, Rainer Zielasko, classificou a oferta de crédito e de qualificação como fundamentais para o desenvolvimento dos pequenos empresários. “Apoiamos iniciativas como essa. A Faciap participou da estruturação do projeto e acredita no sucesso desse programa”, disse o presidente, que agradeceu aa presença do governador na convenção.

CONVENÇÃO – Cerca de 3,5 mil empresários participaram da 21ª convenção da Faciap, que tem como tema as associações comerciais como agentes locais de desenvolvimento. “Tenho prazer em participar de um encontro importante como este, que discute questões fundamentais para o desenvolvimento econômico do Paraná. A Faciap é uma entidade parceira da nossa administração”, disse o governador Beto Richa.

A ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, representou a presidente Dilma Rousseff na abertura da convenção, que contou também com a presença do prefeito de Foz do Iguaçu, Paulo Macdonald, e a participação de diversas autoridades do Estado e da região.