Governo estuda proibir pesca no PR
A justificativa e o sinal de alerta é a diminuição de peixes na Bacia do Paraná, que engloba quase a totalidade do território do Estado.
O secretário estadual de Meio Ambiente, Luiz Eduardo Cheida, disse ontem à Folha De Londrina que o governo estuda banir definitivamente a pesca profissional nos rios do Estado. ''Estou convencido de que a pesca profissional no Paraná deve ser extinta a médio prazo sob pena de termos danos irreversíveis à ictiofauna'', afirmou.
''A pesca profissional tem prejudicado até mesmo ações de repovoamento com os chamados peixes juvenis, como ocorreu recentemente no Rio Goioerê'', exemplificou.
Cheida disse que já está articulando com associações de pescadores e com comerciantes que vendem produtos de pesca para que a proposta da proibição se torne viável e aceita o mais rápido possível. ''A mobilização é fundamental para que a sociedade ajude a fiscalizar depois que a proibição estiver em vigor'', disse, lembrando que a estrutura atual e o contigente de fiscais é ''muito abaixo do necessário''.
Para o secretário, o impacto social da proibição será ''pequeno.''
Ele disse que o governo estadual está fazendo um levantamento para saber quantas famílias efetivamente dependem da pesca. Além do levantamento, deverá haver um recadastramento no licenciamento para os profissionais ainda este ano.
''Hoje as carteirinhas profissionais são usadas por muitos pescadores amadores para burlar a fiscalização nas margens e nas estradas'', denunciou. Ele disse que após a proibição as famílias que dependem da pesca deverão ser reinseridas profissionalmente em programas de produção de peixes em cativeiro, incentivadas pelo governo do Estado.
Cheida avaliou a nova portaria do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), mais rigorosa em relação à legislação anterior, ''necessária, mas insuficiente'' para enfrentar o problema.
Mas a diminuição dos peixes não está relacionada apenas à pesca predatória, mas ao assoreamento dos leitos, o manejo incorreto do solo, à incidência de agrotóxico nas águas e à ausência de matas ciliares, admitiu o secretário.
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