POLICIAL

Polícia prende gangue de roubo a caixas eletrônicos no Paraná

Policiais civis da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR) e militares do 1º Comando Regional prenderam em flagrante 11 suspeitos de integrar uma das chamadas “gangues do maçarico”. A prisão aconteceu no sábado (2), quando a quadrilha arrombava o caixa eletrônico do Banco do Brasil em Palmeira, nos Campos Gerais. A investigação começou em janeiro, quando um bandido foi identificado pelo Instituto de Identificação, pelas impressões digitais.

Foram presos como suspeitos de integrar o grupo um policial civil e dois militares, mais sete homens e uma mulher. Os presos são dos estados de Santa Catarina, São Paulo e Paraná. Segundo levantamento das polícias, o grupo agia em vários estados e no mínimo seis roubos a caixas eletrônicos, em Curitiba e região, podem ser atribuídos a eles.

Entre o material apreendido estão uma pistola calibre 40 e três revólveres, calibre 38; cinco veículos, um deles roubado; três maçaricos; botijão de gás; pés de cabra; extintores; mochilas; isolantes de acrílico; óculos; 16 celulares; carregadores de pistola; touca balaclava e munições.

O policial civil era aposentado, e, dos policiais militares, um era da ativa e outro estava afastado por problemas de saúde. “A investigação foi feita em conjunto entre a Polícia Civil e a Polícia Militar, durante quatro meses, e contou com vários acompanhamentos, diligências e audiências”, disse o delegado-titular da Delegacia de Furtos, Rodrigo Brown. “No dia da prisão eles pretendiam arrecadar cerca de R$ 500 mil em dinheiro”, completou.

CORREGEDORIA – O corregedor da Polícia Militar, coronel Carlos Alexandre Scheremeta, destacou a ação conjunta e enfatizou que a Polícia Militar não compactua com desvios de conduta de seus integrantes. “Tanto a PM quanto a Polícia Civil têm bons profissionais e vêm enfatizando a necessidade de identificar os maus policiais”, afirmou.

De acordo com ele, os policiais militares envolvidos serão submetidos ao inquérito policial-militar e a um conselho de disciplina. Se comprovada a participação efetiva deles no crime, a comissão decidirá pela exclusão dos policiais. No final, o processo será encaminhado ao Tribunal de Justiça.

AÇÃO – As investigações tiveram início após a identificação de um dos integrantes da quadrilha que participou do furto de caixa eletrônico ocorrido em 30 de janeiro, no Banco do Brasil do Bairro Alto, em Curitiba. Kaio Alexandre Dias Vogel, que cumpre pena em regime aberto em Santa Catarina pelo mesmo crime, foi identificado pelas impressões digitais colhidas no local do crime pelos papiloscopistas do Instituto de Identificação.

A partir daí, os policiais civis e militares passaram a trabalhar na identificação dos demais integrantes da quadrilha. As investigações mostraram que o grupo é responsável por diversos furtos de caixas eletrônicos em todo Brasil e é formado por pessoas de vários Estados, que se reuniam para cometer os crimes em diferentes cidades do País.

Segundo o delegado, a quadrilha reuniu-se diversas vezes em Curitiba, e todos os seus passos foram documentados em filmagens e fotografias. A investigação deixou claro, de acordo com Rodrigo Brown, tratar-se de organização criminosa, com papéis definidos para cada um de seus integrantes. A alguns cabia a missão de preparar a agência com a anulação dos sensores de incêndio e alarme; outros ficavam responsáveis pelo transporte das ferramentas e fuga, outros pelo corte dos caixas eletrônicos e outros pela vigilância e segurança da ação criminosa.

Neste caso, de acordo com o delegado, também contavam com auxílio de um policial militar que, de plantão no momento do crime, ficava responsável por “segurar” as denúncias recebidas pelo telefone 190 e também por, supostamente, alertar os marginais sobre a presença de outras forças policiais no local.

DENÚNCIA – No sábado, três jovens voltavam para casa e perceberam a movimentação suspeita na agência e comunicaram a polícia local pelo telefone 190. A denúncia teria sido repassada aos marginais que abordaram e renderam os rapazes, mantendo-os sob ameaça de arma de fogo assim até que o crime acabasse.

Como a polícia já tinha a informação que o crime ocorreria naquela data, foi montada uma operação conjunta, onde participaram mais de 30 policiais. Depois de horas de observação conseguiram impedir o crime, prender quase todos os integrantes da quadrilha e libertar os reféns. No momento da ação houve uma troca de tiros entre os suspeitos e os policiais, e três homens foram feridos sem gravidade.

Segundo informações levantadas junto à quadrilha, a intenção seria recolher o dinheiro dos caixas eletrônicos do Banco do Brasil e do Itaú, levando R$ 500 mil, pois os caixas estariam com elevados valores por ser o primeiro final de semana do mês.