COMEMORAÇÃO

No aniversário da ACIM, FHC faz palestra para 3 mil pessoas

No aniversário da ACIM, FHC faz palestra para 3 mil pessoas
O aniversário de 58 anos da Associação Comercial e Empresarial de Maringá (ACIM) foi marcado pela presença do ex-presidente da república Fernando Henrique Cardoso. FHC chegou à cidade por volta das 15h30, seguindo direto para a sede da ACIM, onde concedeu uma coletiva de imprensa e conversou com empresários e ex-presidentes da ACIM.

Já no período da noite, FHC falou para aproximadamente três mil pessoas. Além de empresários associados, estiveram presentes o deputado estadual Dr. Batista, o Secretário de Indústria, Comércio e Assuntos para o Mercosul do Paraná, Ricardo Barros (que representou o governador Beto Richa), o presidente do Sistema Fecomércio/Sesc/Senac Paraná, Darci Piana, o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae/PR, Jefferson Nogaroli, o comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, Chehade Elias Geha, além de autoridades do Estado e do município, juízes, delegados, vereadores e diretores e ex-presidentes da ACIM. Fizeram o uso da palavra Ricardo Barros e o prefeito em exercício Carlos Roberto Pupin.

Em seu discurso o presidente da ACIM, Adilson Emir Santos, lembrou a trajetória da entidade, falou dos pioneiros das décadas de 1950 e 1960 e agradeceu aos associados presentes, remetendo-se aos mais de quatro mil associados que hoje fazem parte da ACIM. “As empresas são a razão de existir da Associação Comercial. Sem a participação das empresas dos senhores não poderíamos estar aqui nesta noite comemorando o 58º aniversário da nossa entidade”. Santos ainda citou ex-presidentes e diretores que ajudaram a escrever a história da entidade.

FHC deu início a palestra falando da emoção que ainda sente ao falar para um grande público. “Valeu à pena ter vindo à Maringá para vê-los, para ver essa cidade e para sentir a força do associativismo que faz a diferença”. O ex-presidente fez um retrospecto da história da economia no país, falou da importância da campanha das “Diretas já!” para o fortalecimento econômico brasileiro. “Muitos atribuem ao Plano Real a mudança da nossa economia, mas é preciso ser fiel a história. Com as ‘Diretas já!’ a população mostrou sua força e passou a receber atenção e ser ouvida. A Constituição Federal também foi um marco. A população passou a se envolver mais com o país”, argumentou FHC.

O ex-presidente ainda citou que outro passo importante foi a abertura da economia, que aconteceu ainda no mandato de Fernando Collor de Melo. Com essa abertura, houve espaço para privatização. “Somente após esses acontecimentos, que veio o Plano Real; o único que não foi um golpe tecnocrático. Tudo foi esclarecido com antecedência para o povo. Primeiro veio a Unidade real de Valor (URV) e a população compreendeu e houve tempo para adaptação. O Plano Real é fruto da democracia. Pedimos o apoio e assim o tivemos, apesar de que alguns diziam se tratar de uma fraude eleitoral”.

A força da economia chinesa foi outro assunto abordado por FHC. Ele afirmou que a China se transformou, nos últimos anos, em uma das maiores economias mundiais, mas que o futuro econômico ainda é incerto. “A China, motivador das mudanças recentes, com economia baseada na exportação, já percebeu que terá que se equilibrar e que precisa rever os direitos sociais. Os chineses sempre foram hábeis para copiar. Terão capacidade para criar? Qual será nosso lugar? Não está claro ainda, mas é preciso comparar para saber quanto crescemos”.

Segundo Fernando Henrique, o Brasil vive um bom momento, mas não se pode adormecer em “berço esplêndido”. “A economia é muito instável e essa dinâmica pode nos pegar. Nossa economia tem pujança, mas a inflação é um vírus que não morre e que pode voltar. Por isso, é preciso enfrentar o desequilíbrio econômico e fazer uma redução dos gastos públicos”. Outra questão levantada foi a infraestrutura, que, na opinião de FHC, não tem acompanhado o crescimento do consumo. Ele citou os aeroportos, que não estão preparados para acomodar toda a demanda. “Não possível crescer sem fazer investimentos. Teremos que contar com os investimentos privados. É preciso que isso seja estudado”. Ele falou que no Brasil o futuro “ainda é um ponto de interrogação” na área da educação, no acesso à Justiça e na criação de uma matriz energética nova e limpa. E finalizou: “o futuro chegou, vamos fazer do Brasil um futuro mais decente

Assessoria de Imprensa – ACIM