O Laboratório de Transporte e Logística da Universidade Federal de Santa Catarina (Labtrans) finalizou no início de fevereiro a análise de dados do estudo de viabilidade para a implantação do Trem Pé Vermelho, realizado no final do ano passado na região. O estudo é uma importante etapa dos estudos que nortearão a implantação do trem Pé-Vermelho entre as regiões de Maringá e Londrina, já encaminhado ao Ministério dos Transportes para análise e posterior divulgação.Segundo dados divulgados até o momento, o estudo de viabilidade econômica já havia apontado condição favorável para a implantação do transporte de passageiros ligando Paiçandu a Ibiporã, percorrendo 13 cidades e um total de 152 quilômetros de linha férrea. Esta segunda etapa, irá apontar a melhor forma de implantação do projeto.O diretor de relações institucionais da Secretaria de Política Nacional de Transportes do Ministério dos Transportes, Afonso Carneiro Filho, informa que o Ministério vai analisar os resultados dos estudos e dar seu parecer. “Esses estudos vão nos apresentar o cenário, nos apontar a possibilidade e sustentabilidade da implantação do projeto”, informa ele. O diretor observa que desde o início das discussões sobre a implantação dos trens regionais pelo Ministério dos Transportes, foi definido que os estudos seriam realizados nas regiões que tivessem interesse na implantação dos trens de passageiros. “Esse é um projeto de parcerias entre União, regiões e Estados. Acreditamos que há interesse da região Norte do Paraná nesse transporte, portanto, ele é possível”.Carneiro Filho destaca que o Governo do Estado e todas as prefeituras das cidades dentro do traçado do trem estão alinhados ao projeto. “O estudo vai apontar os cenários e quais as melhores soluções para viabilizá-lo. Não vejo problema em se estabelecer um consórcio público, por exemplo, para operacionalizar o sistema”. Estudo aprofundado
De acordo com o coordenador de Projeto do Labtrans, Rodolfo Philippi, o estudo de demanda foi bastante aprofundado, considerando os aspectos econômico-financeiro, de viabilidade técnica, social e ambiental. “A iniciativa do Ministério dos Transportes de realizar esse estudo foi muito importante, porque ele orienta a melhor forma de implantação do transporte ferroviário de passageiros na região. Foi um estudo aprofundado. Foram analisados desde a oferta de viagens, custos, malha ferroviária. O estudo dá um retrato exato do transporte na região. A partir dele, facilita-se tomar qualquer decisão. Valeu a pena esse investimento inicial”, considera Philippi. Ele acrescenta que o estudo foi tão detalhado que indica, inclusive, o melhor trajeto da malha ferroviária.O estudo para a implantação do Trem Pé Vermelho foi realizado juntamente com os do trecho Bento-Gonçalves-Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul. O coordenador-executivo da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre, Paulo Thimóteo, destaca que o estudo do sul do país foi o primeiro a ser concluído e servirá como piloto para os demais trechos– em todo o país são 16.“Com ele, abre-se a perspectiva de implantação e todo o processo de revitalização de trens regionais no país”, diz ele, acrescentando: “esse estudo só aconteceu devido à mobilização da comunidade, que mostrou apoio à volta do trem de passageiros nas duas regiões”.Os membros da equipe de articulação regional do projeto, Alexandre Farina (Terra Roxa), Fernando Camargo (Urbamar), Paulo Thimóteo (Trensurb), Samuel Gomes (Terra Roxa) e Yoshiya Nakagawa Ferreira (UEL), fizeram uma visita ao Labtrans no início de fevereiro, onde foi checado o posicionamento sobre a finalização do estudo e suas impressões.“A Terra Roxa, junto com a equipe de articulação regional do Trem Pé Vermelho, analisará o estudo profundamente quando ele for divulgado e entrará em contato com o governo estadual, senadores, deputados federais e estaduais, além dos prefeitos e vereadores das cidades envolvidas, para apresentar a situação atual e os próximos passos do projeto, visando conseguir o apoio político necessário e merecido para a continuidade do trabalho”, destaca Farina, diretor-executivo da Terra Roxa.Tão logo o Ministério dos Transportes divulgue a análise dos dados, serão realizadas audiências públicas nas cidades envolvidas para esclarecimento de todos os pontos ressaltados no estudo.