TRANSPORTE

Licitação para exproração do transporte coletivo de Maringá prevê apenas uma empresa

Licitação para exproração do transporte coletivo de Maringá prevê apenas uma empresa
Monopólio do transporte coletivo continuará.
A administração municipal começa a implantar um novo conceito de transporte coletivo na cidade, que irá atender os anseios dos usuários, revelados numa pesquisa realizada pela empresa especialista em transporte público, Logitrans. Para dar início à remodelação do serviço, a Prefeitura publicou nesta quinta-feira (27), no órgão oficial do município o aviso de licitação de concessão para prestação e exploração do transporte coletivo de Maringá. O edital completo estará disponível nesta sexta-feira no site do município www.maringa.pr.gov.br.

Para participar do processo licitatório a empresa deverá preencher uma série de requisitos técnicos e financeiros, que constam no edital, como ter experiência no transporte coletivo de passageiros, uma frota mínima de 260 veículos, em boas condições de uso e com 80%, no mínimo, dos carros adaptados com acessibilidade, ter experiência no uso de bilhetagem eletrônica e certificação de qualidade dos serviços prestados, que devem ser iniciados no município em no máximo 90 dias, após a assinatura do contrato. Além de outras exigências técnicas, a empresa deve oferecer o maior desconto na passagem.

O edital prevê a concessão do serviço para lote único. Foram desenvolvidos estudos econômicos com a inclusão de mais lotes e observou-se que para cada empresa adicional haveria um impacto na tarifa na ordem de 10 centavos por passageiro devido a necessidade de aumento de pessoal administrativo, manutenção e investimento em infraestrutura que são considerados no cálculo tarifário. Estudos técnicos indicam que a exploração de uma única empresa é suficiente para a demanda de até 400 carros. “Duas ou mais empresas explorando o serviço refletiria no aumento da passagem para o usuário, uma vez que seria necessário arcar com as despesas de duas garagens, custos administrativos, toda a despesa aumentaria. Por isso um único lote atenderá de maneira satisfatória o serviço em Maringá”, explica o gerente de transporte coletivo da Secretaria de Transportes, Mauro Menegazzo, afirmando que “em hipótese alguma o serviço será inferior ao prestado atualmente. Todos os requisitos exigidos no edital de licitação foram baseados nas propostas dos usuários”.

Menegazzo diz que levantamentos feitos apontam que 100 empresas que prestam o serviço no Brasil têm condições de participar da licitação atendendo todas as exigências da administração municipal, que prevê a exploração do serviço por um prazo de 20 anos, podendo ser prorrogável por igual período.

A Prefeitura espera que com o novo modelo de transporte coletivo as melhorias serão sentidas pelos usuários já no primeiro momento, com a maior oferta de horários e melhor aproveitamento das linhas. O tempo de espera nos horários de rush não ultrapassará 20 minutos e nos demais horários 30 minutos. “A redução no tempo de espera será sentida imediatamente”, diz Menegazzo.

A médio prazo, entre 6 e 12 meses, a espera pelo ônibus em qualquer horário não irá ultrapassar 20 minutos, e serão implantados corredores temporários nas avenidas Morangueira, Tuiuti e Brasil. Já a longo prazo, entre 12 a 48 meses, os corredores também serão estendidos para as avenidas Mandacaru, Pedro Taques e Cerro Azul, além da implantação de dois terminais norte que irão desafogar o terminal urbano com o redesenhamento de algumas linhas. O resultado final será a redução de cerca de 13 minutos no tempo de espera.

O gerente de transporte coletivo diz que com o novo sistema o transporte coletivo será priorizado. “Precisamos colocar o transporte de passageiros acima do individual. Essa é a proposta, oferecer um serviço ágil, de qualidade e trazer mais usuários para o sistema”, finaliza Menegazzo.