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Entidades afrodescendentes discutiram políticas públicas para negros

Representantes de entidades afrodescendentes de 20 municípios da região de Maringá discutiram políticas públicas, focando o contexto educacional, durante o V Seminário de Mulheres Negras, realizado pela Prefeitura, através da Secretaria da Mulher, e Instituto de Mulheres Negras Enedina Alves Marques.

Para a presidente do Instituto, Aracy Adorno Reis, os negros estão conquistando seu espaço. “Ainda temos muito por fazer, por isso temos que permanecer unidos com o mesmo sentimento de garra e vontade de lutar pelos nossos direitos. Estamos conquistando nosso espaço, mas ainda há muito por fazer”.

Durante o encontro foram abordados a implementação da Lei 10.639/2003 que estabelece a obrigatoriedade do ensino da história e cultura afrobrasileira nas rede de ensino do país, e a a tabela salarial conforme dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – IPEA, vinculado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que revela que homens e mulheres brancas são melhores remunerados do que os negros.

“A tabela aponta que o homem branco ganha melhor que a mulher branca, que ganha mais do que o homem negro que é melhor remunerado que a mulher negra. É um desigualdade no salários que tem que acabar”, justifica o presidente da Associação União e Consciência Negra de Maringá, Valdeir Gomes de Souza.

A palestrante convidada para o evento, pedagoga Jeruse Maria Romão, comentou que a cultura negra deve ser difundida. “Temos muito o que ensinar e aprender com a sociedade. Por isso consideremos fundamental o cumprimento da Lei 10.639 que repassa aos alunos a cultura afrobrasileira que é muito presente no nosso dia a dia, já que somos o segundo país em população negra do mundo”.

As entidades de afrodescendentes reconhecem a importância do Seminário voltado às mulheres negras que já discutiu a origem dos negros; o resgate a sua história; o mercado de trabalho e a cosmovisão africana. “A cada ano abordamos um assunto diferente que é de suma importância para toda a sociedade, que deve respeitar a cultura afrodescendente. Esses seminários são propícios para uma tripla discussão – racial, social e de gênero, e nos ensina que não precisamos de lei para mudar, a mudança de conceitos deve ser feita por nós mesmos. É isso que queremos e buscamos, respeito e condições iguais para todos”, comentou a secretária da Mulher, Terezinha Pereira.

O assessor municipal da Igualdade Racial, Ademir Felix de Jesus, comentou que a sociedade deve ser parceira do movimento afrodescendente. “Precisamos dizer para a sociedade que queremos e exigimos nossos direitos, e para isso precisamos de parceiros e desejamos que a sociedade se junte a nós nessa luta. Em Maringá estamos alcançado nosso espaço e temos orgulho em receber da administração municipal uma praça que nos homenageia, a Praça Zumbi dos Palmares é um orgulho parta a comunidade negra”.
PMM