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Japoneses e descendentes em Maringá passam de 14 mil

Detentora da terceira maior colônia nipônica do Paraná, a cidade de Maringá abriga 4.034 famílias compostas por 14.324 pessoas, representando cerca de 4,5% da população local.

Desse total, 1.846 (15%) indivíduos são dekasseguis que vivem e trabalham no Japão.

Da população estimada em 12.478 pessoas que residem em Maringá, 6,61% são isseis (pessoas nascidas no Japão), 35,45% são nisseis (filhos nascidos no Brasil), 37,72% são sanseis (netos) e 13,79% são ionseis (bisnetos de japoneses).

Esses números e percentuais fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Departamento de Estatísticas da Universidade Estadual de Maringá (UEM) sob a coordenação de voluntários treinados por entidades nikkeys maringaenses em parceria com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico.

Os resultados da pesquisa de campo foram apresentados na noite da última quarta-feira (5) pela professora da UEM, Dra. Isolde Prevideli, ao prefeito Silvio Barros.

A revelação dos dados estatísticos também foi acompanhada na Sala de Reuniões da Prefeitura pelo presidente da Câmara de Vereadores, Mário Hossokawa, pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Valter Viana, além de várias lideranças e representantes de entidades da comunidade nipônica maringaense.

Os números coletados no censo também representaram a última atividade das comemorações dos 100 anos de imigração japonesa no Brasil – Imin 100.

“A finalidade foi coletar dados estatísticos do número exato de pessoas e famílias de ascendência nipônica que vivem em Maringá, de que província elas são originárias, seu grau de escolaridade, religião, renda familiar e número de parentes que atualmente trabalham no Japão.

São informações fundamentais para toda a colônia nipônica”, diz o coordenador da comissão para as comemorações do Imin 100, Shudo Yasunaga.

Números oficiais

O Censo da Comunidade Nikkey de Maringá foi realizado por 150 pesquisadores em todos os 52 bairros maringaenses no período de agosto do ano passado até março deste ano.

Os números coletados revelaram também que a idade média dos descendentes de japoneses que vivem em Maringá é de 40,12 anos; que 52% da população nipônica é formada por mulheres e que o número médio de filhos é de 2,4 por família – percentual que coincide com a média da região Sul do Brasil.

Quanto a religião os descendentes são em sua maioria católicos (32% entre os sanseis, 27% entre os nisseis, 10% entre os ionseis e 2% entre os isseis), seguidos por evangélicos (6% entre os nisseis, 6% entre os sanseis, 2% entre os ionseis e 1% entre isseis) e budistas (5% entre nisseis, 3% entre os isseis, 2% entre sanseis e 1% entre os ionseis).

A pesquisa revelou ainda que 49,66% dos descendentes são casados e que 47% falam, compreendem e escrevem o idioma japonês, sendo que a geração nissei é a que mais fala a língua japonesa (31%), seguida pelos sanseis (16%).

Quanto a escolaridade, os descendentes distribuem-se entre 31% que têm ensino fundamental, 30% com ensino médio e 30% com ensino superior, destacando-se maior concentração nas gerações nissei e sansei.

Em Maringá – revelou a pesquisa – 10,52% dos descendentes são empresários, 12,52% são aposentados, 20% são mestiços, ou seja, filhos de casais onde um dos cônjuges não tem origem japonesa e a maior parte dos descendentes nipônicos reside nas Zonas 1 (centro), 5 (região próxima à Praça das Antenas), 7 (próxima à UEM) e 11 (entre as avenidas Morangueira e Pedro Taques).

“Nossa maior resistência foi encontrada na pesquisa a respeito da renda de cada família, entretanto os resultados apontaram que quanto maior a escolaridade mais elevada é a renda das pessoas e que, em Maringá, a colônia japonesa detém o poder econômico”, explicou a coordenadora do censo, professora Isolde Prevideli.

Além do censo também foi feito um cadastro com todos os dados dos descendentes pesquisados.

“Antes desta pesquisa nossa comunidade sempre 'chutava' números para responder quantos somos os descendentes de japoneses em Maringá.

Agora temos dados oficiais que, aliás, batem com as estimativas que fazíamos”, destacou o presidente da Câmara Municipal, vereador Mário Hossokawa.

Para o prefeito Silvio Barros, a quantidade populacional não foi o dado mais importante revelado na pesquisa e sim a alta qualidade constatada na colônia nipo-brasileira de Maringá.

“O mais importante é que o marco deixado pelos primeiros imigrantes da comunidade nipônica para o progresso, cultura e desenvolvimento econômico de Maringá vai ser perpetuado pelas novas gerações de descendentes.

Enquanto eu estiver no comando da administração, a Prefeitura de Maringá vai ser sempre parceira desta comunidade que contribuiu significativamente para que nossa cidade fosse tudo isso que hoje ela é”, finalizou.
PMM