AÇÃO SOCIAL

PAC atende anseio de moradores do Santa Felicidade

Moradores do Conjunto Santa Felicidade e integrantes do Movimento dos Trabalhadores por Moradia entregaram nesta quarta-feira (14), no Gabinete do Prefeito, um abaixo assinado pedindo a não derrubada de casas, a construção de moradias para familiares que moram no mesmo imóvel e melhorias na infra-estrutura do bairro.

“São mais de 300 moradores contrários à derrubada das casas”, alegou Cláudio Timossi, do movimento.

O servidor público Carlos Alberto Maximo, morador do Santa Felicidade há 22 anos, diz que não quer sair do bairro.

“Querem que a gente se mude para casas financiadas, mas defendemos a construção de mais casas no Santa Felicidade”, alegou.

Ele disse que o bairro precisa ainda de Centro Comunitário, áreas de lazer e um centro profissionalizante ou de geração de emprego e renda.

O abaixo assinado foi entregue ao chefe de Gabinete, Ulisses Maia, que ainda conversou com alguns moradores.

A dona-de-casa Maria Elza Nunes, que mora com o pai, Gerônimo Bispo Nunes, disse que a família mora no bairro há cerca de 30 anos, e espera pelo projeto para ver se consegue reformar a casa.

O coordenador de Políticas Urbanas de Maringá, Guatassara Boeira, disse que o abaixo assinado pede basicamente o que o projeto do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) está propondo.

“Estamos andando na mesma direção”, afirmou.

Ele explicou primeiro que foram feitas várias reuniões com os moradores, e depois outros encontros com os proprietários das casas que estão na linha de interesse.

“Não faltou diálogo”, resumiu.

Guatassara fez questão de destacar também que apesar de Maringá não se enquadrar neste tipo de projeto do Governo Federal, conseguiu mostrar a necessidade de investimento.

“O projeto visa melhorar as condições de moradia com perfil de co-habitação, para onde vão 90% dos recursos”.

Ele adiantou ainda que o PAC não atente apenas o Santa Felicidade, mas cerca de 900 famílias de pelo menos 20 bairros do município.

No total são R$ 25 milhões de investimentos.

No caso específico do Santa Felicidade existe a necessidade de retirada de casas pela proposta de investimento em uma nova rede de esgoto e o alargamento das vias.

Atualmente a rede de esgoto passa sob os imóveis e as ruas são estreitas dificultando a oferta de serviços públicos.

No total o projeto prevê a remoção de 83 casas, um terço do total de imóveis do bairro.

Segundo Guatassara, 72 proprietários já negociaram e vão receber um imóvel do mesmo tamanho em uma área escolhida pela família.

Os demais moradores da mesma habitação, normalmente familiares agregados, vão receber imóveis financiados.

“Não existe como ceder imóveis também para estas famílias, mas elas estão ganhando casas sem entrar na fila de espera, que é grande”, observa.

Nenhum proprietário, de acordo com o coordenador, está ou vai ser forçado a deixar o imóvel onde mora.

“Negociamos caso a caso, e estamos inclusive regularizando a situação de propriedade destas famílias”, diz.

O projeto prevê ainda outras melhorias para o Santa Felicidade.

As principais são a reforma e readequação da Praça Zumbi dos Palmares, a reforma do Centro de Referência de Assistência Social, a implantação de um Centro de Atendimento Psico Social e a construção de um Centro de Convivência Comunitário, de um barracão para a cooperativa de reciclados e outro barracão para um centro de formação de mão-de-obra.

“O Santa Felicidade vai ficar muito melhor do que é hoje”, afirma Guatassara.
PMM