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Greve só termina com incorporação do adicional de risco

O diretor executivo do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Paraná (Sintcom), Osmar Silva, afirmou nesta quinta-feira que a greve na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) terminará assim que a diretoria cumprir o termo de compromisso assinado no dia 20 de novembro do ano passado. O documento prevê que, a partir de março deste ano, os carteiros receberiam aumento de 30% no salário, referente ao adicional de risco. Mas, segundo Silva, o termo não foi cumprido e, por conta disso, desde segunda-feira (31), os carteiros estão em greve.

O adicional é um benefício financeiro justificado por causa dos riscos que os carteiros correm diariamente enquanto trabalham. Alguns carteiros, por exemplo, já sofreram acidentes, foram atropelados e também mordidos por cachorros.

Entre os meses de dezembro e fevereiro, os empregados receberam o aumento de 30%, mas o que era para ser chamado de adicional de risco, foi tratado como abono emergencial, com duração de 90 dias. Em março, o abono deveria ser incorporado ao salário dos carteiros. Para surpresa dos servidores, no entanto, o benefício foi cancelado.

De acordo com Silva, alguns carteiros deram como certo a incorporação e até financiaram casas, compraram eletrodomésticos. O sindicalista lembra que o termo de compromisso foi assinado pelo presidente da empresa, Carlos Henrique Custódio, por um representante da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) e testemunhado pelo senador Paulo Paim.

Proposta

Um levantamento da Fentect, revela que carteiros de 23 estados estão paralisados. No Paraná, são 42 municípios envolvidos, inclusive Maringá. Nesta quarta-feira (2), a diretoria da empresa fez uma proposta para tentar acabar com o movimento. Os Correios voltaria a pagar o adicional como abono emergencial por mais 90 dias. A categoria recebeu a sugestão com reservas.

"Quem garante que em junho eles incorporarão o benefício. A diretoria já descumpriu o termo uma vez e pode voltar a ignorá-lo", ressalta o diretor do Sintcom. Outro agravante para a categoria aceitar a proposta dos Correios é o de que no segundo semestre tem início a discussão do novo acordo coletivo de trabalho. "Eles (a diretoria) dificultarão as negociações deste ponto", prevê Silva.

O carteiro, em greve, Élder Leal dos Santos contou que a luta pelo pagamento do adicional de risco acontece desde 1992. “Não queremos continuar em greve, mas é necessário”, resumiu.

ACIM