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Fim das operações da TAM em Maringá favorece Londrina

Segunda-feira. Às 6h10, 110 passageiros embarcam no último vôo da TAM a decolar do Aeroporto Regional de Maringá Sílvio Name Júnior, com destino ao Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos (SP).Por coincidência, a partir desta terça-feira, este mesmo vôo passa a ser oferecido, diariamente, com saída no mesmo horário, no Aeroporto de Londrina.

“É revoltante saber que um dos vôos foi retirado de Maringá para ser oferecido em Londrina. É uma medida insensata. No domingo à tarde saiu um avião da TAM lotado de Maringá e nesta segunda-feira pela manhã também”, afirmou o presidente da Associação Maringaense dos Agentes de Viagens (Amav), Dirceu Gambini.

No domingo a Amav, em protesto ao fim das operações da TAM na cidade, distribuiu fitas pretas para os passageiros que embarcaram em Maringá. De acordo com Gambini, houve aceitação da maioria das pessoas que passou pelo aeroporto.

Nas agências de viagens e turismo da cidade, o reflexo da decisão da TAM, anunciado no dia primeiro de março, foi imediato.“Percebemos um aumento de 20% na procura pelo transporte rodoviário. Há uma revolta entre os passageiros em razão do aumento de preço das passagens áreas e da falta de concorrência.”

Para se ter uma idéia, o valor da passagem aérea de Maringá para São Paulo subiu cerca de 30% no início do mês.Gambini destacou que, com apenas uma opção para vôos entre Maringá e São Paulo, a cidade perde muito na captação de eventos.

“O Maringá e Região Convention & Visitours Bureau gastou muito tempo para divulgar Maringá em todo o Brasil. E como em todo evento que se tenta trazer é questionada a questão da malha aérea, criou-se uma dificuldade muito grande.”

Gerente de uma agência de viagens que atende muitos palestrantes que vêm a Maringá, Fábio Kendi Oshita, tem encontrado dificuldades para montar conexões. “Já tivemos um caso de uma pessoa que foi de avião até Curitiba e depois teve de pegar um ônibus para chegar em Maringá, pois nem todos os horários oferecidos agora são favoráveis”, apontou.

Oshita relatou que, com base na procura de passagens para o mês de abril, de cada dez passageiros que voavam pela TAM, dois optaram por embarcar em Londrina e um por viajar de ônibus. “Para os outros temos montado conexões, com dificuldade, com metade da viagem em uma companhia aérea e metade em outra.”

Entre os motivos apontados para os passageiros irem até Londrina para se deslocar até São Paulo é que o único vôo que continua a ser oferecido com saída de Maringá faz conexão em Curitiba. “Este vôo sai mais cedo e chega mais tarde”, resumiu.

O tempo gasto a mais para chegar a São Paulo com esta opção, se desconsiderar qualquer atraso, é de 1h42.

“O vôo direto da TAM saía às 6h10 e chegava em São Paulo às 7 horas. Agora, a única opção é sair às 6h10, com chegada em São Paulo às 8h42”, exemplificou a gerente de outra agência de viagem e turismo, Denise Rodrigues. Ela revelou que um casal de clientes cancelou o pacote inteiro de uma viagem que faria a Porto Seguro, na Bahia, por causa do fim das operações da TAM em Maringá.“Não tem mais vôo direto de Maringá para São Paulo e embarcar passageiro em Londrina é um retrocesso. Aqui na agência, a procura por ônibus leito já cresceu cerca de 40%”, contou.

Em outra agência de turismo, mais provas de que a saída da TAM atrapalhou a vida de muita gente.

“Tínhamos pacotes de viagem vendidos até agosto. Se é ruim para nós, imagine para quem comprou. Não foi uma boa notícia. Atrapalhou muito o trabalho das agências de viagens e os passageiros. Sem concorrência, não tem briga pelo preço”, considerou a gerente da agência, Ednéia Moraes.

ACIM