GERAL

Mais maringaenses iniciam ano com contas em atraso

Depois de um Natal generoso para o comércio, do pagamento de impostos com vencimento no início do ano e das compras de materiais escolares, o resultado não poderia ser diferente: em fevereiro, aumentou em 9,3%, em relação a janeiro, o número de consumidores com contas em atraso em Maringá.

Os números são do Índice de Confiança do Consumidor de Maringá (ICCM) de fevereiro, medido pelo Departamento de Economia da Universidade Estadual de Maringá (UEM) em parceria com a Associação Comercial e Empresarial (Acim).

O doutor em Economia da UEM, Joílson Dias, que é um dos reponsáveis pelo estudo realizado mensalmente na cidade, considera que o aumento no porcentual medido pela pesquisa não é preocupante.

“Quando o número de pessoas que têm contas em atraso fica acima dos 40%, começa a se criar uma preocupação, pois vemos que sobe muito o índice de inadimplência”, afirma.

Situação assim não era registrada na cidade desde agosto de 2006, quando o porcentual de entrevistados no ICCM que tinham contas em atraso ficou em 41,3%.

“Dentro do nosso patamar histórico, percebemos que há alguns períodos de quedas significativas no porcentual, como dezembro do ano passado, em que pouco menos de 20% dos consumidores tinham contas em atraso. No geral, temos uma variação padrão entre 25% e 30 %”, considera.

Dias relata que é natural a existência de um aumento de pessoas com contas em atraso nos primeiros meses do ano. “Percebemos que houve, sim, um exagero nas compras do Natal de 2007 por uma parcela de consumidores que se esqueceram das contas pesadas de janeiro e fevereiro, que são os impostos e o material escolar.”

De acordo com a pesquisa, as principais pendência em atraso são contas fixas como luz, água e telefone. “Sempre são as primeiras contas que deixam de ser pagas, pois apresentam juros menores e são mais fáceis de manusear (controlar os pagamentos em atraso)”, declara Dias. “Ao mesmo tempo, vemos que em fevereiro os consumidores continuaram a pagar outras contas como dívidas com cartões de crédito e financeiras.”

O doutor em Economia estima que a partir dos meses de abril e maio o índice de consumidores com contas em atraso deve cair e, no segundo semestre, a tendência é de ainda mais ajustes nos orçamentos familiares.“As nossas pesquisas mostram que ter crédito é considerado muito importante pelo consumidor de Maringá. E vemos que tem melhorado a capacidade da cidade de manter as contas em dia.”

Orçamento

A principal dica de Joilson Dias para quem não tem conseguido pagar as contas em dia é estar atento ao rendimento mensal e aos gastos. “É aquela velha história: se fugiu do orçamento, tem que reajustar. Tem que verificar o orçamento da casa e colocar na planilha para ver o que se pode cortar e onde é possível economizar “, orienta.

Outro fator, segundo Dias, é procurar os credores para programar os pagamentos sem atrapalhar o orçamento. “Tem que evitar o pagamento de juros e lembrar, sempre, que os créditos do cheque especial e do cartão de crédito devem ser usados só em situações excepcionais.”

ACIM