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Consórcio Biopuster inicia treinamento de colaboradores

O consórcio Biopuster iniciou nesta segunda-feira (17) o treinamento de 50 trabalhadores que vão atuar no processo de seleção de material reciclável e na manutenção dos equipamentos. No total serão contratadas aproximadamente 100 pessoas para o processo de reciclagem e tratamento do lixo doméstico de Maringá. A previsão é iniciar o treinamento prático na próxima semana.

Esta primeira turma, revelou José Previdelli, um dos representantes brasileiros do consórcio, é integrada por trabalhadores de Maringá, Sarandi, Paiçandu e Mandaguaçu. Ele explica que apesar de ser uma atividade simples, o pessoal da separação de material reciclável precisa passar por um treinamento porque se trata de todo um processo inovador de tratamento do lixo. “Queremos que nossos funcionários conheçam como funciona a tecnologia para entender o objetivo de todo projeto”, diz.

Os trabalhadores também estão sendo orientados sobre cada tipo de material reciclado, como vai ser feito o processo de separação e sobre o uso de equipamentos de segurança. Ontem mesmo a primeira turma fez uma visita ao barracão de seleção de material, instalado no aterro controlado.

Pelos cálculos de Previdelli, o treinamento prático do pessoal começa na próxima semana, inicialmente para ajustar os equipamentos. “A tecnologia é inédita na América Latina, e precisamos medir como funciona cada etapa do processo”, afirma.

O prefeito Silvio Barros também participou da abertura do treinamento dos trabalhadores do consórcio, ressaltando o pioneirismo da aplicação da tecnologia. “Maringá está sendo exemplo na solução para o lixo e para o passivo ambiental”, ressaltou o prefeito. Ele lembrou que a atual administração recebeu um lixão a céu aberto, com uma série de problemas e vai entregar um aterro controlado e uma solução para o lixo urbano.

Pelos cálculos de Previdelli, todo processo de reciclagem e tratamento do lixo começa no prazo de 20 a 30 dias. O consórcio ainda depende de alguns equipamentos importados para completar toda planta instalada no aterro. A partir do início da operação, todo lixo doméstico coletado na cidade vai passar pelo processo de reciclagem e tratamento do resíduo orgânico. O volume chega a 300 toneladas por dia.

Tecnologia Biopuster

Previdelli ressalta que a tecnologia Biopuster é utilizada em alguns países da Europa desde 1993, e há três anos o consórcio vem trabalhando para implantar um projeto piloto no Brasil. “Dependíamos do poder público porque a coleta e destinação do lixo é um atributo das prefeituras”. Como Maringá buscava uma alternativa para o ativo e o passivo ambiental, encontrou na tecnologia alemã a de melhor benefício.

Além de tratar todo lixo coletado, o projeto prevê a recuperação da área onde está o aterro. Os resíduos coletados a partir do início da operação passam por uma triagem mecânica, separando todo material reciclável. O lixo orgânico vai para células de tratamento, onde recebe injeções de ar comprimido enriquecido com oxigênio.

As 14 células instaladas no aterro têm capacidade de mil metros cúbicos cada, volume tratado em média durante 28 dias, que depois passa por uma nova etapa separando o composto orgânico. A tecnologia reduz em até 70% o volume de lixo descartado, com a vantagem de sobrar apenas o resíduo inerte, sem risco de contaminação ambiental. “Com um volume menor de resíduos o aterro vai ter sua vida útil prorrogada”, explica o secretário de Meio Ambiente de Maringá, Diniz Afonso.

Na etapa seguinte, o consórcio vai utilizar a tecnologia Biopuster para o tratamento do passivo ambiental. Lanças vão levar o oxigênio enriquecido até as camadas de lixo depositadas no local ao longo dos últimos 30 anos. Este procedimento já é feito em vários países da Europa e da África, e permite a recuperação de grandes áreas degradadas.

PMM