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Secretário diz que Maringá faz "revolução" do lixo

O secretário de Meio Ambiente do Paraná, Rasca Rodrigues, disse nesta sexta-feira (14) que Maringá está promovendo uma “grande revolução” no tratamento do passivo e do ativo ambiental com a tecnologia Biopuster. Ele esteve no aterro controlado, acompanhado do prefeito Silvio Barros e do secretário municipal de Meio Ambiente, Diniz Afonso, para conhecer a planta do projeto piloto de tecnologia alemã, inédito na América Latina.

O projeto de Maringá, de acordo com Rasca Rodrigues, atende a preocupação do Estado na política de destinação correta do lixo urbano. “A tecnologia Biopuster está dentro de nossas metas de manter aterros apenas com sobras inertes, que não agridam o meio ambiente”, declarou. Ele lembra que o grande problema dos aterros e depósitos de lixo são o chorume e o gás emitido pelos resíduos, o que não vai existir no projeto implantado em Maringá.

Além disso, destacou a possibilidade de prolongar a vida útil do aterro sem risco de comprometer a área. “É uma tecnologia de sucesso em outros países e que pode ser implantada em qualquer cidade. Maringá está dando exemplo”, afirmou o secretário estadual. Rasca Rodrigues lembrou ainda que a iniciativa do município deu dignidade a muitas famílias que separavam material reciclado no local, e assumiu o compromisso de transformar a área.

O secretário de Meio Ambiente de Maringá, Diniz Afonso, esclarece que o projeto é um termo de cooperação técnica entre o município e a empresa responsável pela tecnologia. A Prefeitura assumiu a estruturação da área, transformando o depósito de lixo em um aterro controlado, instalando toda infra-estrutura e mantendo o local isolado. A empresa alemã vai operar o processo de aproveitamento do lixo gerado pela cidade. A previsão é que o processo comece em duas ou três semanas.

Todo lixo coletado, hoje em torno de 300 toneladas por dia, vai ser tratado. A triagem é feita mecanicamente, separando todo material reciclável. O lixo orgânico vai para células de tratamento, onde recebe injeções de ar comprimido enriquecido com oxigênio. São 14 células com capacidade média de mil metros cúbicos cada.

Depois de 28 dias os resíduos tratados são novamente peneirados, separando o composto orgânico dos resíduos descartáveis. Cerca de 30% do volume inicial vai para o aterro. Outra vantagem é que durante o processo de tratamento o resíduo é descontaminado, perdendo todas as condições de abrigo e proliferação de bactérias, deixando de contaminar o ambiente.

Diniz Afonso revela ainda que todo lixo depositado ao longo dos anos, hoje cobertos em taludes, será tratado com o mesmo processo de aplicação de oxigênio enriquecido. Ele calcula que o aterro ganhe pelo menos 20 anos de vida útil a partir da instalação da tecnologia.

O sistema Biopuster foi escolhido por apresentar as melhores características para solucionar o passivo ambiental de Maringá e a destinação do lixo urbano da cidade. A implantação da tecnologia é um investimento de R$ 3.076.187,26. O município implantou a infra-estrutura do aterro, desde a desocupação da área até a implantação das instalações e formação dos taludes. O custo para o município é de R$ 398.135,00, enquanto o Consórcio Biopuster está investindo R$ 2.678.052,26.

O interesse da empresa é fazer de Maringá uma vitrine para a tecnologia, inédita na América Latina. Hoje, de acordo com o representante do consórcio, Orlando Bruno, o sistema é utilizado com sucesso em países da Europa e África, principalmente no tratamento do passivo ambiental. Como ocorre em Maringá.

PMM