Uma manobra radical: Rafael Gomes
O maringaense Rafael Gomes nasceu em 1982, desde 10 anos dava seus primeiros passos no skate.
No começo praticava o esporte com seus irmãos Léo e Neto, com quem dividia o skate, e amigos da rua onde morava, mas o único que seguiu carreira foi Rafael.
Esse ramo vem crescendo a passos largos no Brasil graças à grande divulgação da imprensa e de profissionais que difundem esse esporte como estilo de vida. Segundo a revista “Isto É”, de 31/01/2007, este é o segundo esporte mais praticado da região metropolitana.
Sem pretensão de algum dia virar um skatista profissional, num país onde poucos conseguem ganhar bem, Rafael conseguiu seu primeiro patrocínio depois de participar de campeonatos amadores de skate. Hoje é patrocinado pela Vibe, empresa de roupas e tênis, que recentemente lançou seu primeiro tênis tendo como símbolo a marca da Catedral de Maringá e a Crail, empresa de roda, truck (Peça de metal que serve de base para o skate).
Rafael já perdeu as contas de quantos campeonatos já participou, mas alguns marcaram sua vida como o de Curitiba (Primeira etapa do circuito Brasileiro de skate profissional em maio de 2000, quando começou a andar como profissional), o de Munster, na Alemanha, e o de Praga, na Republica Tcheca. “Já perdi as contas (risos). Gosto de participar dos campeonatos, mas o skate é muito amplo, não se restringe só as competições. Pelo fato da maioria dos lugares que eu morei não ter pistas de skate, cresci andando de skate na rua. Eu gosto de andar em qualquer lugar, pode ser pista ou na rua, mas hoje me empenho mais em mostrar meu trabalho através de fotos e filmagens nas mídias especializadas”, explica Gomes sobre suas atuações.
Apesar das várias contusões que sofreu praticando o esporte, hoje aos 25 anos, formado em Direito, Rafael está longe de pensar em parar de andar : “ o skate é minha vida, motivo de muita alegria”, afirma.
O Maringá.Com conversou com o skatista Rafael Gomes que fala sobre esse esporte radical dando dicas para quem está começando.
MC - Como é o dia-a-dia do skatista?
RG - Tenho liberdade de fazer o meu horário como eu achar melhor. No skate, não existe regras em relação a isso, tudo depende da dedicação e do talento do próprio skatista para ele evoluir. Até eu terminar minha faculdade eu estudava de manhã e andava de skate à tarde. Agora, quando estou aqui em Maringá, acordo cedo, fico um pouco na internet e, depois do almoço, na maioria das vezes, vou para o centro de bike e ando de skate até o fim da tarde. Quando estou viajando a trabalho o ritmo é outro.
MC - O skate dá dinheiro?
RG - Consigo viver na boa com o suporte que os meus patrocínadores me dão e ainda tenho o privilégio de viajar pra vários lugares fazendo o que eu gosto.
MC - Para quem está começando, o que deve fazer para seguir seus passos?
RG - Andar de skate é acima de tudo se divertir. Eu nunca imaginei que um dia fosse ser skatista profissional, comecei a andar com os meus irmãos e meus amigos na rua de casa, sem muita pretensão, deixei as coisas fluírem e graças a Deus tive grandes oportunidades.
Acredito que quando fazemos as coisas com amor e dedicação, elas acontecem.
MC - Como é andar de skate fora do Brasil ? Qual a diferença entre andar de skate aqui e no exterior?
RG - Uma diferença é em relação aos lugares pra andar de skate. Por exemplo, em Barcelona, existem tantos lugares perfeitos para andar de skate na rua, que parece que os arquitetos que projetam as praças são skatistas ou tem alma de skatista (risos). Aqui no Brasil, os lugares para praticar o esporte têm alguma imperfeição e, quando são perfeitos, são proibidos pra andar (risos).
Outra diferença é que, no Brasil, infelizmente, algumas pessoas ainda têm uma imagem marginalizada do skate, mas felizmente isso não acontece em todas as cidades brasileiras.
MC - Onde você treina aqui em Maringá?
RG - Não tenho um lugar certo pra andar de skate, mas costumo andar na praça da prefeitura. Outro lugar legal para praticar o esporte é a praça Pedro Álvares Cabral, na Av. Cerro Azul; ela estava um pouco abandonada, mas no final do ano passou por uma reforma, feita pelos próprios skatistas locais, que literalmente colocaram a mão-na-obra e fizeram um ótimo trabalho.Também gosto de andar na minirrampa da In skate shopping.
MC - O que espera do futuro no skate?
RG - Continuar andando de skate até que meu corpo agüentar, tenho consciência de que vai chegar uma hora que não vou mais andar de skate profissionalmente, mas esse dia ainda está longe. E tenho certeza de que depois disso ainda vou andar por muito tempo, com os amigos, me divertindo sempre.
Quero ajudar na divulgação desse esporte para ele se fortalecer cada vez mais.
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