AÇÃO SOCIAL

Plano de Manejo define modificações no Parque do Ingá

Após 14 anos sem plano de manejo o Parque do Ingá ganha avaliação desenvolvida durante dois anos por equipe de especialistas em Biologia, que prevê grandes modificações, incluindo ações diretas de atratividade, preservação e recuperação ambiental na unidade de conservação. As intervenções no parque devem ter início no próximo mês e serão feitas pela Prefeitura de Maringá e por uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip).

O Plano de Manejo foi realizado com base na Lei Federal nº 9.985, que institui o Sistema Nacional de Unidades de Conservação da Natureza (SNUC). Todo o trabalho desenvolvido durante dois anos contou com a coordenação geral da bióloga e gerente do Parque do Ingá, Anna Cristina Ésper Amaro de Faria e com a vice-coordenação do diretor do Instituto Ambiental do Paraná ( IAP) da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, João Batista Campos.

A bióloga e gerente do Parque do Ingá explica que a demora na conclusão do estudo se deu por motivos burocráticos. “Apenas para se ter uma idéia, as licenças do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) que autorizaram a coleta de material da unidade para estudo demoraram um ano e dois meses para serem liberadas. Desde o princípio primamos por seguir as leis federais e as normas ambientais. Para poder executar o plano de maneira legalizada tivemos que esperar esse tempo”, explica.

A equipe executora, formada por 67 profissionais gabaritados, trabalhou intensamente no plano identificando, classificando e apontando dados sobre a fauna, a flora e o solo da unidade de conservação maringaense. Todas as análises técnicas compõem o Plano de Manejo, entregue ao prefeito Silvio Barros na última sexta-feira (22), por uma equipe do Núcleo de Pesquisas em Limnologia Ictiologia e Aqüicultura (Nupélia), da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

Plano de Manejo

O plano identifica as necessidades do parque e determina o que pode e o que não pode ser feito de acordo com normas federais. Para avaliar as ações que deverão ser desenvolvidas na unidade de conservação de acordo com o Plano de Manejo, foi formado o Conselho Consultivo do Parque do Ingá, que conta com representantes de 11 entidades de Maringá ligadas ao meio ambiente. Após análise do plano, o conselho irá sugerir, de maneira técnica, as ações que devem ser realizadas no parque.

Gestão

De acordo com o prefeito Silvio Barros, a Prefeitura ficará responsável por investir na infra-estrutura e na recuperação de algumas áreas. Para desenvolver estratégias de atratividade no parque, a administração municipal já está preparando edital de licitação para firmar parceria com uma Oscip ligada ao meio ambiente, desenvolvendo um sistema de gestão compartilhada.

“Antes de chegarmos à conclusão de que a melhor maneira para realizar reformas no Parque do Ingá seria contar com a participação de uma Oscip, realizamos um estudo de viabilidade econômica. Uma empresa contratada pela Prefeitura desenvolveu um relatório com possíveis ações, prestando consultoria para chegarmos na melhor forma de gestão do Parque do Ingá”, conta o prefeito.

O edital de co-gestão deve ser publicado até o dia 10 de março. A Oscip que apresentar a melhor proposta técnica de co-gestão e interatividade e que mostrar que tem condições de assumir a responsabilidade de cuidar da atratividade do parque vencerá a licitação. Oscip pode contar com investimentos de patrocinadores parceiros e, ainda, não visa lucro, por isso foi escolhida como melhor opção para atuar junto à unidade de conservação.

Obras

O Parque do Ingá também contará com recursos federais. A Prefeitura protocolou projeto com solicitação de recursos para drenagem e controle da erosão no parque. Esses recursos devem ser liberados em breve pelo Governo Federal e serão imediatamente investidos na recuperação do solo. A previsão é de que as intervenções no Parque do Ingá tenham início logo após o resultado da licitação que definirá a Oscip parceira. As obras devem perdurar por cerca de 60 dias.

“Para realizar as obras sem gerar riscos para a população, o parque provavelmente será fechado durante as intervenções. Quando as modificações forem concluídas, teremos um local mais bonito, conservado e com opções de lazer, educação e entretenimento para oferecer à comunidade”, ressalta o prefeito.

Atratividade

Silvio Barros ainda explica que a entrada no Parque do Ingá não será cobrada e que os recursos para investir na atratividade do local serão captados pela Oscip co-gestora. “Eles poderão comercializar produtos e serviços dentro do parque desde que os projetos passem pelo aval da Prefeitura, que será o órgão cedente de parte da unidade de conservação. Além disso, todas as atividades e alterações desenvolvidas no local devem estar previstas no Plano de Manejo”, completa.

A Prefeitura determinará algumas exigências no edital de co-gestão. Entre essas estão a reimplantação da lanchonete ao lado do lago, a disponibilidade de lojas de souvenirs e a oferta de equipamentos de transporte para locação, como bicicletas e carrinhos.

Serviço

Informações com a gerente do Parque do Ingá, Anna Cristina Ésper Amaro de Faria, pelo telefone 3901-1889.

PMM