Lula aumenta mínimo e mexe no IR
Berzoini disse que o impacto total do aumento do salário mínimo de R$ 260 para R$ 300 e da correção da tabela do IRPF será de R$ 8 bilhões no Orçamento.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou ontem, durante reunião com cerca de 40 sindicalistas das seis centrais sindicais, que o valor do salário mínimo passará dos atuais R$ 260 para R$ 300 em primeiro de maio. E que, a partir de 1º de janeiro, a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) será corrigida em 10%. Desse modo, o limite de isenção, de R$ 1.058 atuais, passará para R$ 1.164 mensais.
Os sindicalistas pediam R$ 320 para o mínimo. ''Vamos tentar mudar isso no Congresso Nacional'', disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Luiz Marinho. Como o dólar atualmente está na casa dos R$ 2,80, enfim o Brasil terá um mínimo acima dos US$ 100.
''A decisão de aumentar o mínimo para R$ 300 demonstra a disposição do governo de recuperar o seu valor, em decomposição há mais de 15 anos. Mais do que isso pode comprometer as contas públicas'', disse o ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, logo depois da reunião com os sindicalistas, numa resposta a Marinho. Do encontro no gabinete do presidente, participaram apenas ministros petistas. Além de Berzoini, estavam presentes também os ministros da Fazenda, Antonio Palocci, da Casa Civil, José Dirceu, e do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) Jaques Wagner.
E que o aumento real do mínimo foi de 9,3%, porcentual inédito na recente história do País. O ministro disse ainda que o governo decidiu não antecipar o reajuste do salário mínimo para janeiro porque o impacto seria de pelo menos R$ 5,32 bilhões. Como a Comissão de Orçamento trabalhava com um mínimo de R$ 281, deputados e senadores terão agora de encontrar fontes de financiamento de pelo menos R$ 2,47 bilhões, que é a diferença dos R$ 19 a mais do que o previsto.
''Tudo o que foi decidido baseia-se na garantia de um Orçamento equilibrado e responsável, que permite a correção do valor do salário mínimo e da tabela do Imposto de Renda'', disse Berzoini. ''Só nos comprometemos com aquilo que podemos pagar. Vamos manter um Orçamento que gere superávit'', disse o ministro. Por isso, afirmou, o presidente da Comissão de Orçamento, deputado Paulo Bernardo (PT-PR), foi chamado ao Palácio do Planalto para saber qual era a decisão do governo.
Bernardo disse que para se adequar aos novos valores do mínimo e ao reajuste da tabela do IR, o relator do Orçamento, senador Romero Jucá (PMDB-RR), vai fazer um corte nas despesas de custeio de 3% e nos investimentos acima de R$ 3 milhões de 15%.
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