A demanda por combustíveis alternativos e ambientalmente menos agressivos está levando a um crescimento nos setores produtivos do álcool e do biodiesel.A estimativa do setor sucroalcooleiro é de crescimento de 10% no Paraná em 2008. Está na mira dos produtores a construção de novas usinas, que viriam a atender a procura pelo combustível.Além disso, a obrigatoriedade de adição de biodiesel na proporção de 2% ao diesel comum também provocou a necessidade de implantação de novas plantas para produção do combustível ecologicamente correto. No Paraná, as novidades são as usinas de biodiesel de Palmeira e de Marialva.“As expectativas são boas, o regime de chuvas está normal e o comportamento da lavoura está no previsto”, analisou o presidente da Associação dos Produtores de Açúcar e Álcool do Paraná (Alcopar), Anísio Tormena.Mesmo alertando para a pequena crise que se instalou no setor, ainda em 2007, por conta do excesso de oferta do produto,Tormena acredita que o álcool deve ser melhor alternativa para o produtor em 2008 que o açúcar.“Ano passado não foi dos melhores, mas isso tem um lado bom porque acaba com aquela euforia. A supersafra no Brasil causou declínio no preço, mas mesmo assim houve aumento de consumo.”E a possibilidade de expansão da cultura da cana na região do arenito também anima o setor. A Secretaria de Estado da Agricultura (Seab) calcula que, neste ano, deve haver um aumento de 10% na área plantada.Segundo dados da Secretaria, o aumento na produção de cana em 2007, em relação a 2006, foi de 18,6%. Na produção de álcool (total), esse aumento chegou a 28,9%.O crescimento no número de veículos movidos a álcool e gasolina - os chamados flex - também anima o setor. Uma projeção da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) aponta que, até 2013, o número de veículos flex deve crescer em 500%.Outro ponto positivo, e que une álcool e biodiesel , é a utilização de etanol para a obtenção do biodiesel. Isso também pode contribuir para o crescimento do setor alcooleiro.
DestilariasA prova de que a volatilidade nos preços não assusta o produtor é a implantação de novas destilarias no Estado.Segundo a Alcopar, mais de meia-dúzia de projetos estão em processo de obtenção de financiamentos junto a instituições bancárias ou aguardando liberação de órgãos ambientais.Neste ano, entra em funcionamento a Usina Bonin, em Umuarama - região responsável por 30% da oferta paranaense de cana-de-açúcar.Para o economista e professor da Universidade Federal do Paraná, Marcelo Curado, o crescimento no setor sucroalcooleiro é esperado.“É um setor que, há muitos anos, vem apresentando altas taxas de crescimento”, disse Curado.“Entretanto, ainda não é um setor capaz de alavancar sozinho a economia do Estado, como a soja. Mas é uma atividade que vem ganhando espaço na economia paranaense e que, a médio e longo prazo, pode vir a ter essa possibilidade, de maneira autônoma, de puxar o desenvolvimento do Paraná”, avaliou o economista.No caso do biodiesel, Curado lembrou que a dinâmica do preço da soja é fundamental para refinarias como a de Marialva, que terão o grão como matéria-prima.“A utilização da soja para biodiesel vai funcionar como estabilizador da demanda, nos momentos de queda”, revelou.