HISTÓRIA

Iniciativa pretende contar a história da ocupação do norte do Paraná.

O projeto ainda busca apoio e o merecido reconhecimento. Uma iniciativa inédita e por todos os motivos, bastante louvável.

Iniciativa pretende contar a história da ocupação do norte do Paraná.

A propriedade rural da família Kimura é baseada na agronomia e sua funcionalidade não difere de tantas outras espalhadas pela região de Maringá, não fosse um detalhe; esconde um cenário muito interessante e rico em história. Um conjunto de obras arquitetônicas que estão sendo, gradativamente, restauradas para adquirir os aspectos originais de um período em que a família morou por lá. Uma época em que as propriedades rurais formavam pequenas comunidades de pessoas que trabalhavam no local.

História
Na década de quarenta, Sangoro Kimura, pai do atual proprietário Mario Kimura, adquiriu a propriedade da Companhia de Terras Norte do Paraná e iniciou suas atividades junto com seus filhos. A primeira atividade econômica do local foi uma olaria chamada Cerâmica Floresta. O pequeno rio que corre na propriedade fornecia matéria prima, a argila, para a sua produção. As telhas e tijolos produzidos no sítio foram utilizados para construir um casarão que abrigou a numerosa família. Ainda hoje, depois de mais de cinco décadas, a edificação impressiona pelo seu porte e pela bela arquitetura de linhas retas e formas simples.
Com o tempo a olaria deu lugar a outras atividades como o plantio de café em um primeiro instante e depois soja, trigo, milho, entre outras culturas.

O casarão, após a morte do casal Sangoro e Natsu Kimura, ficou durante duas décadas sem ser habitado e, consequentemente, sofreu com a ação do tempo. Com a ajuda de seus filhos, principalmente de Paulo Kimura (irmão de Mario) a edificação foi novamente restaurada, seguindo rigorosamente as suas linhas e cores originais. Hoje abriga um acervo de objetos antigos que narram a história do início da colonização até outros mais recentes. Uma biblioteca guarda um acervo de livros e periódicos, muitos deles raros.

Projeto
O projeto que está sendo desenvolvido por Rosangela (historiadora) e Simone (arquiteta), filhas do proprietário Mario Kimura, prevê o restauro das edificações originais; uma casa de madeira construída logo após a aquisição da propriedade, um casarão de alvenaria construída no final da década de 40, a primeira escola da região, uma tulha e um terreiro utilizado para secagem de grãos. Algumas destas obras já foram concluídas com recursos próprios, como é o caso do casarão, da tulha e da escola.

Na propriedade foram encontrados, ao longo dos anos, vários utensílios pertencentes aos primeiros habitantes deste local, os índios. A catalogação e a disponibilizarão ao público deste acervo arqueológico, também consta como parte do projeto. Um outro ponto presente na iniciativa, relaciona-se a questão ambiental. Pretende-se recuperar a mata ciliar na região próxima ao rio, criar viveiros de mudas de plantas nativas e criar uma horta e pomar com princípios da agricultura orgânica.

A idéia é que o local seja aberto a visitações e conte de forma didática toda a história do lugar. Iniciando num período anterior a atual ocupação, através dos objetos do sítio arqueológico, passando pela colonização de imigrantes estrangeiros e oriundos de outros estados brasileiros, até os dias atuais. A iniciativa pretende despertar em seus visitantes uma consciência social e ecológica, além de narrar e preservar a memória da colonização rural do norte do Paraná, assim como a história dos imigrantes japoneses em nossa região.

Maringá.Com