ECONOMIA

13º injeta R$1,75 bi na economia do PR

O pagamento da primeira parcela do 13º salário, que deve ser pago hoje pelas empresas, vai significar um incremento de R$ 875 milhões no bolso dos trabalhadores do Paraná. Contando com a segunda parcela, cujo prazo final de pagamento vence no dia 20 de dezembro, o 13º significará uma injeção de R$ 1,750 bilhão na economia do Estado.

O Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese) estima que uma parte desta renda será usada para o pagamento de dívidas. Ainda assim, a Associação Comercial do Paraná (ACP) está otimista e espera um crescimento real de vendas de 8% em relação ao Natal passado.

De acordo com cálculos do Dieese, quase 4,2 milhões de trabalhadores no Paraná recebem o 13º salário, cujo valor total é de R$ 2,5 bilhões. No entanto, 30% desse valor já foram antecipados pelas empresas, ou por determinação de Acordos Coletivos de Trabalho ou pagamento de parcela junto com as férias, e apenas 70% do dinheiro entram agora no orçamento do trabalhador.

O economista do Dieese, Cid Cordeiro, estima que metade desse dinheiro seja usado para consumo, outros 20% a 30% para o pagamento de dívidas e o restante em poupança e lazer. ''Não dá para saber quem está mais endividado, se são as famílias de baixa renda ou a classe média, mas hoje, em geral, o orçamento familiar está muito comprometido com o pagamento das tarifas públicas'', diz. Segundo o Dieese, atualmente 30% do orçamento são destinados às tarifas públicas, pagamento de juros e carga tributária.

''O 13º é uma renda extra, mas o trabalhador tem que avaliar que nessa época ele também têm despesas extras. Por isso, ele tem que fazer um planejamento não de um mês mas de novembro a março'', avisa Cordeiro. Ele refere-se às despesas comuns ao final e início de todo ano, entre elas o Imposto de Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), Imposto de Propriedade Territorial e Urbano (IPTU), matrícula escolar, além de pagamento de anuidade dos conselhos profissionais. Só nesses itens, segundo ele, famílias com renda entre R$ 2,5 mil a R$ 6 mil vão comprometer entre 20 a 48% da renda mensal.

Folha de Londrina