POLÍTICA

Prefeito reeleito em Mandaguari tem candidatura cassada

A Justiça Eleitoral em Mandaguari cassou ontem o registro de candidatura do prefeito reeleito da cidade, Ari Stroher (PMDB), e do vice-prefeito eleito Luiz Carlos de Paula. O juiz Devanir Cestari acatou os argumentos da ação de investigação judicial eleitoral com representação por violação de conduta vedada a agende público, de autoria do Ministério Público Eleitoral (MP).

A ação narra que, em setembro, Stroher teria patrocinado camisetas para cerca de 33 blocos de foliões que participaram da Micareta carnaval fora de época na cidade o que caracterizaria abuso do poder econômico. ''Não bastasse o patrocínio das camisetas, o representado Ari Eduardo Stroher teria efetuado a doação de R$ 100 em moeda corrente aos blocos. Esses valores, somados aos dispendidos com o patrocínio das camisetas, importam em gastos de, aproximadamente, R$ 10.925,00 em uma 'festa' que durou cinco noites'', diz parte da ação.

O MP ainda acusa o prefeito eleito de abuso do poder político. ''Como consta das atas lavradas quando das reuniões realizadas por esse juízo eleitoral, o funcionário público Evilásio Bertoldo Conradi, delegado da coligação 'Mandaguari Seguindo em Frente', compareceu em duas reuniões realizadas nesse juízo Eleitoral, nos dias 19 e 27 de agosto do corrente ano, durante o horário de expediente, patrocinando interesses da coligação'', relata a promotora Maria Sônia Freire Garcia.

''O recurso tem efeito suspensivo e temos confiança que vamos reverter no Tribunal Regional Eleitoral (TRE)'', adiantou o prefeito. Para Stroher, a decisão do juiz é uma retaliação à ação civil de responsabilidade por ato de improbidade administrativa ajuizada pelo município contra Cestari. ''É uma retaliação do juiz contra a minha decisão de ter cortado os privilégios que ele tinha antes da minha administração, como pagamento de aluguel, telefone, condomínio, IPTU e vigia'', disse o prefeito, se referindo aos valores que teriam sido gastos pela prefeitura para custear as despesas do juiz, de R$ 86 mil, e outros R$ 46 mil que teriam sido pagos ao vigia da residência da promotora. Conforme Stroher, o município ajuizou a ação há cerca de 20 dias.

Stroher ainda refutou as acusações de abuso de poder econômico e político. ''A minha coligação foi investigada pelo fornecimento de camisetas promocionais, algo previsto e perfeitamente legal, alegando abuso de poder econômico. O abuso de poder político alegado foi devido à participação do presidente do PMDB (que ocupa cargo comissionado na Prefeitura) em duas reuniões no fórum convocados pelo juiz. Mas foram eles que convocaram a reunião para organização do processo eleitoral'', argumentou.

Folha de Londrina