ECONOMIA

13º salário injetará R$ 1,78 bi no Paraná

A partir do final do mês começa a entrar na economia do Paraná uma renda extra de R$ 1,78 bilhão correspondente ao pagamento do 13º salário para os trabalhadores formais, informais e também para aposentados e pensionistas da Previdência Social. Com isso, as vendas no comércio devem crescer cerca de 10% este ano, revela levantamento do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos (Dieese), divulgado ontem.

A previsão do Dieese é que 4,2 milhões de paranaenses sejam beneficados com esse pagamento. O valor total estimado é de R$ 2,55 bilhões, mas cerca de 30% do total de recursos já foram pagos antecipadamente aos trabalhadores ao longo do ano, por força de contratos coletivos de trabalho.

Com isso a expectativa é que entrem em circulação cerca de R$ 1,78 bilhão na economia, sendo que 50% a 60% seria destinado ao consumo. O restante deve ser alocado para poupança e pagamento de dívidas.

O volume total do 13% salário a ser pago este ano no Estado é 10,7% maior do que o ano passado e representa uma participação de 5,3% do 13º salário que será pago em todo o País, que soma R$ 40,3 bilhões. A renda extra será paga em duas parcelas, a primeira até 30 de novembro e a segunda até 20 de dezembro.

O Paraná é o 12º estado na classificação de renda do 13º salário, em função da renda média de R$ 673,00 por trabalhador formal. O maior salário é pago no Distrito Federal, com renda média de R$ 1.607,00, seguido de São Paulo (R$ 989,00) e do Rio de Janeiro (907,00).

A renda do 13% salário do trabalhador paranaense não é maior porque o crescimento do emprego formal concentrou-se na indústria têxtil, madeira, alimentos e bebidas, que pagam salários mais baixos, justificou o economista Cid Cordeiro, do Dieese.

Cordeiro aproveitou para fazer um alerta ao consumidor para que faça um balanço detalhado do conjunto dos meses de dezembro, janeiro e fevereiro. Assim como entra uma renda extra nessa época, também há despesas extras previstas para os dois primeiros meses do ano como pagamentos de IPTU, IPVA, anuidades de conselhos, de clubes, matrícula de escolas, material escolar, que consomem parte da renda. ''Por isso é bom fazer um balanço geral da renda e das despesas extras, para não iniciar o ano com dívidas'', avisou.

O potencial de consumo não é maior porque há um comprometimento de aproximadamente 30% do orçamento das famílias com o pagamento das tarifas públicas, o que reduz a renda disponível para as compras.

Folha de Londrina