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Geadas no Paraná podem afetar milho, feijão e café

Na madrugada desta quarta-feira (30), a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento constatou a ocorrência de geadas em áreas plantadas com milho safrinha, feijão, café e hortaliças nas regiões Centro-Sul e Sudoeste do Paraná. Nas demais regiões, as geadas variaram de fracas e moderadas e não atingiram as áreas plantadas.

Para o diretor do Departamento de Economia Rural (Deral), Francisco Simioni, as geadas ocorridas no mês de maio são esperadas e o fenômeno é considerado normal no Paraná. Um levantamento preciso só poderá ser feito dentro de quatro a cinco dias após a ocorrência climática, quando os técnicos saírem a campo para contabilizar possíveis danos em todas as localidades.

Segundo Simioni, pode ter ocorrido perdas de milho safrinha nas regiões de Campo Mourão, Cascavel e Toledo, porque a cultura nessas áreas está em fase suscetível e a queda de temperaturas pode provocar prejuízos à formação dos grãos. Essas regiões respondem por 55% a 60% da produção de milho safrinha do Estado. O potencial de produção esperado é de 5,73 milhões de toneladas, mas esse volume pode ser reduzido.

Na região de Francisco Beltrão, aproximadamente 25% do milho safrinha estava suscetível à queda de temperatura. Os técnicos acreditam que cerca de 16 mil hectares, que correspondem a uma produção de 65 mil toneladas, estejam nessa fase mais sensível à ocorrência de geadas.

Em Guarapuava, a geada foi de moderada a forte e prejudicou o feijão nas áreas que o plantio ocorreu mais tarde. Acredita-se na perda de hortaliças que não foram cobertas, principalmente alface, repolho e brócolis. Também houve prejuízo de pastagens permanentes. Em Irati, Laranjeiras do Sul e Ponta Grossa, a geada foi forte e pode ter prejudicado o feijão da seca e as pastagens.

Nas regiões de Campo Mourão, Cascavel e Toledo, ocorreram geadas moderadas, sendo mais intensas apenas nas regiões de baixada. Ainda não se tem um levantamento preciso dos danos dessas regiões, mas os técnicos antecipam que possíveis perdas dependem da formação dos ventos. "As lavouras podem ter sido salvas por causa do vento, assim como pode ter ocorrido perda expressiva", disse Simioni.

Nas regiões de Apucarana, Cornélio Procópio, Londrina, Maringá, Paranavaí e Umuarama, pode ter geado nas regiões de baixadas, mas não se espera perdas expresivas, informou o diretor do Deral.

Em Curitiba, a geada também foi considerada forte e a preocupação é com as hortaliças, também sensíveis à queda de temperatura.

Café e Trigo - O Deral ainda não tem um levantamento dos efeitos da ocorrência de geada nas regiões cafeicultoras do Paraná. De acordo com Otmar Hubner, do Deral, novas geadas estão sendo esperadas para a madrugada dessa quinta-feira (31) e após a passagem dos fenômenos serão feitos os levantamentos de possíveis prejuízos.

Segundo Hubner, apenas as lavouras de trigo plantadas na região Sudoeste podem ter sofrido perdas com as geadas. Ele acredita que menos de 5% da área plantada, cerca de 44 mil hectares, está em fase suscetível à queda de temperaturas. Por enquanto, o plantio de trigo no Paraná concentra-se na região Norte do Estado, onde não houve ocorrência de geadas.

AEN