Famílas de baixa renda participam de curso de artesanato

Todas as quintas-feiras, a dona de casa Floraci Vieira Teixeira de 65 anos, as duas filhas, a neta e uma nora param tudo o que estão fazendo e saem de casa determinadas.

Apesar de parecer um evento familiar, as cinco mulheres reservam o horário para o curso de artesanato em cerâmica, realizado pelo grupo “Maria do Ingá” no Trabalho de Encaminhamento ao Menor de Maringá - TEMM.

O curso é destinado às famílias de baixa renda, cadastradas no Centro de Referência da Assistência Social – CRAS

“Adoro o curso e nunca pensei que teria habilidade para isso”, afirmou Floraci, moradora da Vila Operária.

Wilma Vieira Teixeira, 43, filha de Floraci, disse que resolveu participar do curso porque achou que seria interessante.

“Vim e acabei gostando. Para mim é uma terapia”, Rosineide Vieira Teixeira, 38, afirmou que a atividade é bem melhor do que ficar em casa assistindo televisão.

“Aqui eu esqueço dos problemas.”

O curso de artesanato em cerâmica foi viabilizado pela Prefeitura de Maringá - Secretaria da Assistência Social e Cidadania – SASC e Lei de Incentivo à Cultura.

O projeto foi desenvolvido pelo grupo “Maria do Ingá”, que oferece instrutores para os cursos e em contrapartida a Prefeitura de Maringá disponibiliza o espaço, onde, as artesãs confeccionam as peças que são comercializadas posteriormente.

A primeira turma que iniciou as aulas em novembro de 2006 irá terminar o curso no próximo mês, quando começa imediatamente uma outra turma.

OS participantes são encaminhados pelos cinco CRAS existentes na cidade, que também oferece vale transporte para a locomoção dos alunos.

A diarista Oíres Helordes Moreira, cadastrada no CRAS Santa Felicidade, estava desempregada quando foi informada pela psicóloga do CRAS sobre o curso.

“Estou gostando tanto que nunca faltei em uma aula.

Quando estou desanimada para vir, logo penso nas peças e mudo de idéia.

”A diariasta também confessou que quando chega a hora do curso, deixa tudo o que está fazendo e vai para o TEMM.

“Futuramente pretendo comercializar as peças para ter algum lucro”, concluiu a diarista.

A artista plástica e coordenadora do grupo “Maria do Ingá”, Josiane Bornelli, agradeceu o apoio da SASC que ofereceu o local.

“Estamos atingindo o objetivo do curso que é proporcionar o aprendizado às famílias, visando uma geração de renda futura.

É gratificante ver que algumas pessoas revelaram talentos que desconheciam.”

O CRAS tem o objetivo de reduzir e superar os riscos das famílias e, conseqüentemente, emancipar, dar autonomia e maior qualidade de vida para a sociedade como um todo.

Para fazer parte do CRAS, o interessado precisa se dirigir à unidade mais próxima da sua residência, portando comprovante de residência e documento pessoal.

Em seguida, o usuário passa por uma entrevista com a assistente social, que identifica a intervenção a ser realizada.

As unidades do Conjunto Requião, Conjunto Ney Braga, Parque Itaipu, Conjunto Habitacional Santa Felicidade e Centro oferecem serviço socioeducativo, acompanhamento de casos; atendimento individual; atendimento grupal; visita domiciliar; visita institucional; organização e articulação dos recursos disponíveis na rede local e encaminhamentos para outros serviços.

As famílias cadastradas nos CRAS participam de grupos de reflexão e discussão, intermediados por psicólogos e também recebem orientações e encaminhamento para capacitação profissional.

Os principais benefícios materiais oferecidos nas unidades são alimentos, vale transporte, foto para documento, óculos e documentos (RG, 2ª via da certidão de nascimento, casamento e óbito).

Informações com a artista plástica Josiane, pelo telefone 8402-3636