O Hemocentro Regional da Universidade Estadual de Maringá adquiriu um novo equipamento que vai trazer uma grande vantagem para a pessoa que precisa de transfusão de sangue. O separador celular ou máquina de aférese permite a retirada, a cada doação, de uma quantidade eqüivalente a seis unidades de plaquetas. Aférese é uma palavra derivada do grego, que significa separar, retirar ou remover. Pelo método atual, é colhida apenas uma plaqueta por vez, ou seja, a cada doação sanguínea. As plaquetas são elementos do sangue que atuam no processo de coagulação. Pacientes com câncer, entre outros, são os mais necessitados. Dependendo do caso, cada paciente como este precisa de 6 a 8 unidades de plaqueta por transfusão, feita, em geral, de 8 em 8 horas.Ou seja, agora em vez de receber plaqueta de seis ou oito doadores diferentes, receberá apenas de uma pessoa. “Com isso, os riscos de rejeição são menores”, atesta o diretor interino do Hemocentro Regional, Cristóvão Granato Filho.
Segundo ele, a máquina está cedida em regime de comodato (empréstimo), como contrapartida pela compra de kits de coleta adquiridos em licitação realizada em dezembro de 2006. Vencedora da licitação, a empresa Fresenius HemoCare do Brasil, fabricante do equipamento, enviou, para Maringá, a enfermeira Cristiane Dejean, com o objetivo de treinar os enfermeiros do Hemocentro Regional. De acordo com a médica responsável pela triagem no Hemocentro, Silvia Tintori, além do Hemocentro da UEM, apenas o hemocentro da Universidade Estadual de Londrina; do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná (UFPR); e o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar), em Curitiba, possuem este tipo de máquina.Ao contrário da coleta normal, no processo feito com o separador celular, quando o sangue é retirado, as plaquetas são separadas e, na seqüência, os demais componentes, como as hemáceas e os leucócitos, são devolvidos ao doador.A medula óssea, responsável pela produção das plaquetas e de todas as outras estruturas do sangue, repõe as plaquetas em 24 horas. Por isso, a doação pode ser repetida a cada três dias. Pelo método convencional, este intervalo de doação é de dois meses para homens e de três meses para mulheres.Tanto Granato Filho como Silvia Tintori esperam contar também com a boa vontade dos doadores, pois o tempo de coleta, com a nova máquina, é de cerca de uma hora e meia, ao passo que pelo equipamento tradicional era de 15 minutos. Segundo o médico, o importante é que o doador tenha a consciência de que doando mais plaquetas ele estará ajudando um maior número de pacientes.Outras informações podem ser obtidas pelos telefones 2101-9158, no Hemocentro, que atende de segunda à sexta-feira, das às; e, aos sábados, das 7 horas às 12h30.