UEM aparece em ranking internacional de universidades que mais pesquisam biodiversidade
Apenas duas instituições paranaenses estão na lista: UEM e UFPR.
A Universidade Estadual de Maringá (UEM) figura entre as principais universidades latino-americanas que mais publicam pesquisas sobre biodiversidade. O reconhecimento vem do Top 30 das instituições de ensino superior da América Latina que mais produzem sobre o tema. O relatório foi publicado na última terça-feira (15) pela renomada editora acadêmica holandesa Elsevier, especializada em publicação científica mundial. Dentre as brasileiras da lista, apenas duas são paranaenses: UEM e Universidade Federal do Paraná (UFPR).
De acordo com o ranking, o Brasil se destaca entre os países latino-americanos. Das 30 universidades listadas, 22 são brasileiras, das quais 18 são federais e quatro estaduais. O ranking é formado também por universidades da Argentina, Chile, Colômbia e México.
Entre as universidades estaduais brasileiras, a UEM é a quarta instituição a entrar no ranking. Antes dela, estão a Universidade de São Paulo (USP), no topo da lista; a Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), em terceiro lugar; e a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em quinto. A UEM figura na 21ª posição entre as brasileiras e 28ª das latino-americanas.
O reitor da UEM, Leandro Vanalli, afirma que a inclusão da Universidade no ranking demonstra o importante papel da UEM na produção do conhecimento científico. “Estar ao lado de universidades de renome é uma conquista que reflete o empenho de nossa comunidade acadêmica, composta por docentes, pesquisadores e estudantes dedicados a produzir ciência de impacto global, especialmente em um tema tão relevante para a preservação da vida, o meio ambiente e o desenvolvimento sustentável. Este resultado nos incentiva a continuar investindo na pesquisa e na inovação, contribuindo para a preservação de nossa rica biodiversidade e para o avanço da ciência no Brasil. Nossa posição no ranking é, acima de tudo, uma vitória coletiva, e agradeço a todos que se empenham diariamente para o crescimento e a consolidação da UEM.”
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Para o pró-reitor de Planejamento e Desenvolvimento Institucional, Maurício Reinert do Nascimento, o recente destaque da UEM neste ranking reflete o trabalho contínuo de seus grupos de pesquisa, como o Nupelia (Núcleo de Pesquisas em Limnologia, Ictiologia e Aquicultura) e as iniciativas em agroecologia. Segundo ele, o relatório mostra como o Brasil está fazendo investimentos estratégicos em áreas fundamentais para o País, como a biodiversidade. “O Brasil é referência nessa área de pesquisa, e isso se deve, em grande parte, à nossa rica biodiversidade, que é uma parte importante de nossa identidade”, destaca.
O pró-reitor ressalta ainda o fato da UEM, como uma universidade do interior do Paraná, se destacar ao lado de instituições relevantes no País e na América Latina. “O Nupelia, por exemplo, é uma referência não apenas no País, mas no mundo, e segue recebendo investimentos para expandir e aprofundar o conhecimento gerado aqui na UEM.”
O vice-coordenador do Nupelia, Luiz Felipe Velho, também enfatiza que este ranking coloca a UEM entre as mais famosas universidades estaduais e as principais federais do País, evidenciando sua produção científica na área de biodiversidade. “Tirando as três famosas universidades paulistas, a UEM é a única e a quarta universidade estadual do Brasil classificada, todas as demais são federais. Temos vários grupos de pesquisa na UEM trabalhando com biodiversidade, mas, sem dúvida nenhuma, as quatro décadas de produção científica do Nupelia e as três décadas do PEA (Programa de Pós-Graduação em Ecologia de Ambientes Aquáticos Continentais) têm contribuído enormemente para o estudo da biodiversidade, não só no Paraná, como também no Brasil e são os principais responsáveis por esse destaque da UEM nesta área.”
Segundo ele, o PEA é um curso de pós-graduação em Ecologia com nota 7 pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), que tem focado seus estudos na Planície de Inundação do Alto Rio Paraná, e mais especificamente ainda sobre a biodiversidade desse ecossistema. O vice-coordenador do Nupelia, ainda citou o Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas (PBC) e o programa de Pós-Graduação em Biologia Comparada (PGB) que realizam pesquisas em biodiversidade e colaboram para o posicionamento da UEM neste ranking.
A coordenadora do Nupelia, Susicley Jati, avalia que o bom posicionamento da UEM na área é motivo de orgulho para os pesquisadores do Nupelia e destacou vários projetos, inclusive dois longevos. “Um deles é o Projeto de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração (Peld), financiado pelo CNPq, que está sendo desenvolvido há 23 anos. Além dele, outro que existe há mais tempo é o Monitoramento de Macrófitas Aquáticas, mantido em parceria com a Itaipu Binacional, que inspeciona os principais braços do reservatório no lado brasileiro desde 1995.”
Jati acrescentou que, em rede com outras instituições do Estado, os pesquisadores do Nupelia estão coordenando três estudos do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação (NAPI): o de Serviços Ecossistêmicos, Taxonline e Emergência Climática. “Existem ainda outros projetos de biodiversidade que foram firmados diretamente com os pesquisadores, entre eles o Amazônia +10, da professora Evanilde Benedito e o projeto Biocar, que relaciona biodiversidade com a produção de carbono do professor Roger Paulo Mormul.”
Relatório Elsevier
No geral, o relatório revela o estado atual da pesquisa sobre a biodiversidade em todo o mundo, com ênfase na América Latina. Do total, 32% das pesquisas globais publicadas sobre biodiversidade são da Europa e 11% da América Latina, com Brasil e México liderando esse campo, representando 58% do total de pesquisas realizadas na região. Na classificação mundial, o Brasil é o quinto país que mais produz pesquisa na área, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, China, Reino Unido e Alemanha.
Na América Latina, o Brasil é responsável por 43,5% de todas as pesquisas sobre biodiversidade, seguido pelo México com 14,5%, Argentina com 9,8% e Colômbia com 7,7%.
O relatório revela que, apesar da América Latina ter uma presença relativamente pequena na produção científica mundial em números absolutos, sua contribuição para pesquisas sobre biodiversidade é três vezes maior que a média global. Em termos proporcionais, a região concentra muito mais esforços nesse campo, evidenciando a relevância do tema para a conservação da diversidade biológica.