Alep aprova em 1º turno a privatização da administração de escolas no Paraná
Projeto do governador Ratinho Jr., que tramita em regime de urgência, teve 39 votos a favor e 13 contra. Veja como votou cada deputado.
Nesta segunda-feira (3), a Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) aprovou em 1º turno a terceirização da gestão de escolas estaduais. De autoria do governador Ratinho Jr., o projeto chamado de “Parceiros da Escola” tramita em regime de urgência e foi à votação uma semana após ser apresentado pelo governo.
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De acordo com o governador, o objetivo do projeto é “facilitar a gestão das escolas ao terceirizar os serviços administrativos e permitir que os diretores se concentrem mais na parte pedagógica”. No entanto, a iniciativa foi desaprovada pela comunidade escolar, que entrou em greve.
A APP Sindicato, entidade representante da classe de professores, destaca que a iniciativa privada pode trazer grandes problemas às escolas. Incluindo:
- Precarização do ensino: ao transferir a gestão das escolas estaduais para o setor privado, a APP argumenta que há o risco de priorização de lucro em detrimento da qualidade pedagógica. A entidade defende que a educação deve ser um direito universal e não um negócio lucrativo;
- Instabilidade na carreira pedagógica: de acordo com a APP, a privatização pode prejudicar as condições de trabalho, direitos e benefícios dos professores, além de promover instabilidade na carreira dos profissionais de educação e, até mesmo, demissões em massa;
- Quebra de vínculos da comunidade escolar: com administração sob responsabilidade de empresas privadas, o sindicato teme que não haja o mesmo comprometimento com a comunidade local. Professores e funcionários não terão vínculos diretos com a escola, dificultando o acesso às necessidades e demandas específicas de cada aluno e suas famílias;
- Afetar a participação da sociedade na gestão escolar: outra preocupação expressada pelo sindicato é o fim da gestão democrática nas escolas. A entidade destaca que a privatização pode minar a participação de pais, alunos e professores no ambiente pedagógico, pois o setor privado não possui a responsabilidade de prestar contas à comunidade.
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Durante a sessão desta segunda (3), professores da rede estadual invadiram o plenário para protestar contra a privatização das escolas e, devido ao tumulto, a votação foi realizada de forma remota. O placar final foi de 39 votos a favor e 13 contra. Veja como votou cada deputado da Alep:
Contra
- Ana Júlia (PT)
- Arilson (PT)
- Cristina Silvestri (PSDB)
- Dr. Antenor (PT)
- Evandro Araújo (PSD)
- Goura (PDT)
- Luciana Rafagnin (PT)
- Mabel Canto (PSDB)
- Ney Leprevost (União)
- Professor Lemos (PT)
- Renato Freitas (PT)
- Requião Filho (PT)
- Tercílio Turini (PSD)
A favor
- Adao Fernandes Litro (PSD)
- Alexandre Amaro (REPUBLICANOS)
- Alexandre Curi (PSD)
- Alisson Wandscheer (PROS)
- Anibelli Neto (MDB)
- Artagão Júnior (PSD)
- Bazana (PSD)
- Batatinha (MDB)
- Cantora Mara Lima (REPUBLICANOS)
- Cloara Pinheiro (PSD)
- Cobra Repórter (PSD)
- Delegado Jacovós (PL)
- Delegado Tito Barichello (UNIÃO BRASIL)
- Denian Couto (PODEMOS)
- Do Carmo (UNIÃO BRASIL
- Douglas Fabricio (CIDADANIA)
- Fabio Oliveira (PODEMOS)
- Flavia Francischini (UNIÃO BRASIL)
- Gilson De Souza (PL)
- Gugu Bueno (PSD)
- Hussein Bakri (PSD)
- Luis Corti (PSB)
- Luiz Fernando Guerra (UNIÃO BRASIL)
- Marcel Micheletto (PL)
- Marcelo Rangel (PSD)
- Marcio Pacheco (REPUBLICANOS)
- Maria Victoria (PP)
- Marli Paulino (SOLIDARIEDADE)
- Matheus Vermelho (PP)
- Moacyr Fadel (PSD)
- Paulo Gomes Da TV (PP)
- Ricardo Arruda (PL)
- Romanelli (PSD)
- Samuel Dantas (PROS)
- Secretária Márcia (PSD)
- Soldado Adriano José (PP)
- Thiago Bührer (UNIÃO BRASIL)
- Tiago Amaral (PSD)
- Nelson Justus (União Brasil)
Cerca de 200 instituições de Maringá, Paiçandu, Marialva, Sarandi, Loanda, Curitiba, Cascavel, Campo Mourão, Apucarana e outras dezenas de cidades do Paraná foram listadas para ingresso no projeto de privatização. Atualmente, duas escolas estaduais já fazem parte da iniciativa “Parceiro da Escola”.