LITERATURA

Ana Favorin lança seu primeiro livro e ministra duas oficinas gratuitas de escrita criativa

Eventos de lançamento tem entrada franca e inscrições para as oficinas estão abertas.

Ana Favorin lança seu primeiro livro e ministra duas oficinas gratuitas de escrita criativa
Dividido em cinco seções, o livro fala sobre a cidade e suas figuras sob diferentes perspectivas em contos, crônicas e poemas. - Foto: Reprodução/Gabriel Brunini

A escritora Ana Favorin lança, nos dias 18 e 24 deste mês, seu primeiro livro: ‘Caos de concreto’. A publicação foi viabilizada por meio do Prêmio Aniceto Matti e o projeto também contempla duas oficinas de escrita criativa ministradas por Ana nos dias 15 e 24. As inscrições são gratuitas e estão abertas neste link. Saiba detalhes sobre cada oficina mais abaixo.

O primeiro evento de lançamento acontece no domingo (18), das 16h às 18h, no Slam Pé Vermelho, na Praça da Prefeitura. O lançamento do dia 24 será na Biblioteca Centro, das 18h às 19h30. Nos dois dias haverá distribuição gratuita dos livros, sessão de autógrafos, bate-papo com a autora e apresentação dos textos literários escritos nas oficinas.

‘Caos de Concreto’ reúne contos, crônicas e poemas que exploram personagens que habitam as cidades e podem ser facilmente reconhecidos pelos leitores, como alguém que te aborda no semáforo ou uma senhora que caminha pelo mercado. “A gente atravessa e é atravessado pela cidade todos os dias, indo e voltando do trabalho, encontrando pessoas que parecem invisíveis, mas todo mundo tá vendo. Eu tô vendo. Expandir esses encontros, esses momentos rápidos e cotidianos na escrita é minha forma de dizer que eu tô vendo, que conheço a realidade da cidade e não estou conformada com ela”, explica Ana Favorin. Ela também é responsável pelas colagens que ilustram a obra.

Dividido em cinco seções, o livro fala sobre a cidade e suas figuras sob diferentes perspectivas, tanto em relação ao gênero literário, que vai do poema curto às crônicas e aos contos, quanto em relação aos diferentes personagens e cenários que habitam os textos da autora.

‘Concreto’ é a primeira parte do livro e traz o aspecto mais endurecido da urbe, com seus prédios, sua miséria, seu ritmo de trabalho frenético e seus personagens socialmente invisibilizados. Em ‘Inundação’, os leitores poderão se encontrar com mulheres que perambulam pelas cidades, muito jovens ou já idosas, sempre carregadas de memória. Na seção ‘Ruído’, a autora explora novamente o trabalho, a classe e a dor do povo que, preso à cidade, parece viver dilemas silenciosos. ‘Viela’ é a quarta seção e, em um mergulho mais profundo, convida o leitor para um passeio mais íntimo pelas quebradas do inconsciente, escancarando medos e inseguranças materiais e psicológicas de quem vive à margem dos grandes centros. A quinta e última seção continua convidando os leitores a se deslocarem, dessa vez de forma apressada, como se pudessem se atrasar. ‘Via Expressa’ fecha o livro entrando no fluxo urbano que nunca para de produzir, de trabalhar e de cobrar pontualidade.

Sobre a autora – Ana Favorin nasceu no estado de São Paulo, mas está em Maringá há tantos anos que se considera totalmente Pé Vermelha, afinal, foi em Maringá que ela construiu suas memórias de infância e suas vivências com o trabalho, os horários de pico e os prédios que tanto aparecem em seus textos.

Ela está na literatura maringaense há pelo menos 10 anos, participando de saraus, oficinas e coletivos poéticos. É graduada em Letras Português/Inglês pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), onde ministrou oficinas de escrita criativa no Centro Acadêmico de Letras Machado de Assis ao longo de 2018 ao lado da também escritora maringaense Suélen Dominguês. Posteriormente, a turma da oficina fundou o Coletivo Palavrão, que publicou zines e realizou oficinas e saraus na cidade.

Integrante do Coletivo Pé Vermelho desde a sua fundação, Ana também movimenta saraus, slams e atividades formativas no segmento da literatura. Recentemente, produziu junto ao coletivo o 1º Festival Pé Vermelho de Poesia, ministrando uma oficina de zines e organizando uma exposição com o material confeccionado ao longo do projeto.
Saiba mais sobre as oficinas de escrita criativa:

Oficina 1 - “Cenas Urbanas”

Dia 15 de junho, das 8h às 10h

Local: Biblioteca das Palmeiras (Av. São Judas Tadeu, 1429 - Jardim Vitória)

Conteúdo: A oficina tem o objetivo de treinar o olhar do poeta para a cidade em busca de cenas e personagens que possam ganhar vida no texto. Os participantes serão convidados a observarem a cidade por meio da memória e das fotografias urbanas de Gabriel Brunini para que, a partir desses pontos, textos autorais sejam criados trazendo à tona os sentimentos e percepções sobre os espaços e personagens que compõem a cidade. Depois, cada escritor será convidado a compartilhar a sua produção.

Oficina 2 - “Escrita do ordinário”

Dia 24 de junho das 14h30 às 17h30

Local: Biblioteca Centro (Av. Advogado Horácio Raccanello Filho, 6090 - Novo Centro).

Conteúdo: Esta oficina busca levar os participantes a produzirem textos autorais a partir de elementos simples e cenas cotidianas. Os exercícios desafiarão os escritores a não usarem palavras repletas de significado como “amor”, “morte”, “paixão”. Em vez disso, seguindo a lição do poeta Manoel de Barros, eles serão convidados a falar desses temas imensos por meio de palavras que “vivem de barriga no chão”, como pedra, faca, cadeira, prédio. O desafio é encontrar a poesia nas miudezas.

Haverá distribuição gratuita dos livros aos participantes das duas oficinas.

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