CULTURA

Documentário ‘O nome das coisas’ estreia em Maringá com cinco exibições gratuitas

A dramaturgia reconstrói situações reais vividas pelas irmãs Lua e Mariela Lamberti, revisitando memórias e sentimentos. Saiba mais sobre o projeto.

Documentário ‘O nome das coisas’ estreia em Maringá com cinco exibições gratuitas
O filme de 54 minutos terá cinco exibições gratuitas, seguidas de rodas de conversa sobre o tema da LGBTfobia e das relações familiares na vida de uma pessoa transexual. - Foto: Renato Domingos

O documentário de média-metragem “O nome das coisas”, com roteiro e direção de Victor Faria e co-direção de Thayse Fernandes, será lançado no dia 27 de maio no Cineflix do shopping Maringá Park, com entrada gratuita. Clique aqui e inscreva-se para garantir seu lugar nas sessões realizadas no cinema.

Produzido com recursos do Prêmio Aniceto Matti, o filme se baseia na história de Lua Lamberti, travesti maringaense que se graduou, defendeu o mestrado, ingressou no doutorado e atualmente é professora do curso de Artes Cênicas da Universidade Estadual de Maringá (UEM).

A produção foi rodada em cinco dias de fevereiro deste ano, inteiramente no Teatro Barracão, intercalando por meio da técnica de “falso plano-sequência” depoimentos de familiares e amigos com a encenação do espetáculo de mesmo título, escrito por Lígia Souza e interpretado pela atriz Mariela Lamberti.

O fio linear da peça é a relação entre Mariela e Lua, sua irmã caçula, que se percebeu travesti por volta dos 16 anos de idade. Elas têm 10 anos de diferença de idade e foram aprendendo a lidar com as mudanças de nome, de corpo, de roupas e de afetos.

A dramaturgia reconstrói situações reais vividas pelas duas irmãs, revisitando memórias e sentimentos. Para o diretor, “O nome das coisas” é, de certa forma, um acerto de contas e um pedido de desculpas, mas também um intenso questionamento sobre a necessidade que temos de nomear coisas, pessoas e experiências. O espetáculo já recebeu montagem online durante a pandemia, com direção de Emily Hozokawa e Mariela Lamberti.

O filme de 54 minutos terá cinco exibições gratuitas, seguidas de rodas de conversa sobre o tema da LGBTfobia e das relações familiares na vida de uma pessoa transexual. Haverá versões do filme com legendagem em português, inglês e espanhol, audiodescrição e interpretação em Libras (Língua Brasileira de Sinais). Depois do lançamento, a produção ficará disponível na internet por um ano para ser assistida gratuitamente.

"Foram três anos de dedicação a esse projeto, desde o argumento inicial do filme, passando pela inscrição no prêmio e a execução do filme. Muito mais importante do que tempo que nos foi demandado no projeto, foi a dedicação em afeto a essa história tão bonita. Em 'o nome das coisas' eu me emocionei, indignei, ri e refleti. A trajetória se fez especial para mim e, acredito, que para todos que se envolveram no projeto. Espero que o público compreenda a sensibilidade do tema e da história, e se sensibilize com essa narrativa tão potente", comenta o roteirista e diretor, Victor Faria.

Para ele, vale ressaltar que um filme como esse se torna fundamental em uma cidade como Maringá, que há pouco tempo passou por intensos debates provocados por situações vividas no âmbito político. Projetos de lei como a implementação de nome social no poder público e a criação de um Conselho LGBTQIA+ não foram aprovados na Câmara de Vereadores da cidade, alertando a população para o quanto de preconceito ainda existe em pleno século 21.

Confira o cronograma de exibição do filme “O nome das coisas”:

  • Dia 30 de maio às 19h30 na Câmara de Vereadores de Maringá
  • Dia 02 de junho às 19h30 no CAC Márcia Costa
  • Dia 04 de junho às 19h30 no Teatro Barracão
  • Dia 16 de junho às 19h30 Auditório Hélio Moreira
2 Coelhos Comunicação e Cultura
Por Gabrielle Nascimento