AÇÃO SOCIAL

Curso gera renda para cadeirantes

O curso profissionalizante de bolas de bocha para cadeirantes é resultado de uma parceria entre a Prefeitura de Maringá (Secretaria Municipal da Assistência Social e Cidadania), o Trabalho de Encaminhaminhamento ao Menor de Maringá - TEMM e o Centro de Vida Independente – CVI.

Maringá é a única cidade do país que produz o material e o Brasil, o quinto país do mundo a trabalhar com este tipo de fabricação.

As bolas também são confeccionadas na Inglaterra, Portugal, Nova Zelândia e China.

Os 10 alunos com deficiência física, que utilizam cadeira de rodas, confeccionam cerca de 40 bolas por semana.

O material utilizado na fabricação é couro sintético, tecido, espuma e plástico na parte interna das bolas, que é maciça, sem câmara de ar.

O material é adaptado especificamente para pessoas com deficiência física com comprometimento dos quatro membros.

Os cadeirantes costuram as bolas em casa e finalizam o produto no TEMM todas as segundas e quintas-feiras, no período da manhã.

O trabalho de finalização envolve a colagem do material e corte dos gomos das bolas, que são 12 para cada uma.

Na escola profissionalizante as bolas são enchidas, fechadas e conferidas.

A bola oficial pesa 275 gramas e têm 27 centímetros de diâmetro (com variação de 6 gramas para mais ou menos).

As bolas são comercializadas para várias cidades do Brasil.

Na última semana o material foi demonstrado em um campeonato mundial realizado no Rio de Janeiro e foi exportado para a Tailândia.

Além de capacitar os cadeirantes, o curso gerou emprego para os alunos.

Odiília Gonçalves, aluna e atleta de bocha para cadeirantes, já começou a ajudar na renda familiar.

“É uma terapia para mim e ajuda nas despesas domésticas.”

A renda gerada na comercialização é administrada pela Associação Maringaense do Desporto de Deficientes.

Os cadeirantes recebem R$12,50 por cada bola vendida.

A aluna Rosana Monteiro estava desempregada e tem quatro filhos.

A partir do terceiro mês de curso, depois que aprendeu a confeccionar as bolas, começou a receber pela produção.

“Para mim foi ótimo porque além de ter aprendido a costurar, me sinto muito bem por estar fazendo alguma coisa.

Antes do curso só o meu marido trabalhava e agora o dinheiro ajuda bastante nas despesas.”

O ex-atendente de farmácia, Joaquim Cardoso, participa do projeto desde 2001.

Depois de sofrer um acidente de moto e ficar paraplégico, Joaquim ficou desempregado e impossibilitado de continuar na profissão.

“Estou muito feliz por fazer parte deste projeto.

A atividade traz satisfação pessoal e o dinheiro é uma grande ajuda que faz bastante diferença.”

Nesta parceria entre a Prefeitura Municipal e o CVI, a administração do município disponibiliza o local para o curso e o instrutor de artes em couro.

O CVI é responsável pelos alunos e material para a confecção das bolas.

A diretora da escola profissionalizante, Lenita Tiburski, está feliz com o resultado do curso.

“Uma das metas do TEMM é proporcionar capacitação profissional para os deficientes físicos e inserí-los no mercado de trabalho”.

O coordenador de fabricação das bolas e presidente da Associação Maringaense de Desporto para Deficientes, Décio Baroni, ressaltou a importância do projeto no cenário mundial.

“A nossa expectativa é divulgar o projeto no Brasil e no mundo e principalmente ajudar os deficientes físicos.”

A idéia surgiu depois de um campeonato de bocha realizado em Curitiba, quando o atleta maringaense, Alexandre Baroni, presidente da Conselho Nacional de Vida Independente, foi campeão dos jogos regionais.

Como as bolas eram importadas, surgiu a curiosidade de conhecer a origem do material e depois de um trabalho de pesquisa, os idealizadores chegaram ao peso e tamanho ideal exigido pelas regras da modalide esportiva.

Informações com Lenita Tiburski no Trabalho de Encaminhamento ao Menor de Maringá – TEMM, no telefone 3901-1765.