TEATRO

Escala Cultural traz grupo gaúcho a Maringá com o espetáculo Chapeuzinho Vermelho

A apresentação do Projeto GOMPA, de Porto Alegre, será gratuita e com intérprete de Libras no Teatro Barracão

Escala Cultural traz grupo gaúcho a Maringá com o espetáculo Chapeuzinho Vermelho
O espetáculo é para adultos e crianças, promovendo reflexões através de uma fábula atrativa. - Foto: Divulgação/Adriana Marchiori

O projeto Escala Cultural traz para Maringá, neste domingo (5), o espetáculo teatral “Chapeuzinho Vermelho”, do Projeto GOMPA, de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. A apresentação será às 19 horas no Teatro Barracão, com entrada gratuita e acessível em Libras – Língua Brasileira de Sinais.  

Vencedor de 24 prêmios e com mais de 65 indicações, pela primeira vez no Brasil foi encenado o texto Chapeuzinho Vermelho do autor francês Joël Pommerat, um dos nomes mais relevantes da dramaturgia contemporânea mundial. 

A obra, que estreou em 2017 e percorreu os mais importantes festivais de teatro do país, se propõe a ser uma “iniciação ao medo”, como define o próprio Pommerat, na medida em que vemos uma Chapeuzinho que deseja sair de casa para iniciar-se na vida adulta, que tanto lhe fascina e apavora. 

O espetáculo mostra o encontro da criança com o risco frente ao desconhecido, tratando de temas como o medo, o fascínio da passagem do mundo infantil ao adulto, a solidão e as relações familiares. Depois de muitos alertas da mãe quanto aos perigos da vida e da estrada, a menina acaba defrontando-se com o desconhecido, com tudo o que o caminho e o lobo representam, com este ritual de passagem que o enfrentamento dos nossos próprios medos pode nos propiciar. 

Foto: Divulgação/Adriana Marchiori

A encenação brasileira tem uma estética de teatro adulto, ainda que a fábula seja pensada também para crianças, tendo sua premissa reconhecida através da indicação tanto a prêmios de teatro adulto quanto de crianças. 

Segundo o psicólogo Pedro Lunaris, a encenação possui uma linguagem apropriada e envolvente, ao mesmo tempo em que deixa certas conclusões a salvo para a leitura dos adultos. Enquanto o narrador conta a história, imagens e sons vão sendo produzidos diante do espectador por meio da dança, da transformação cenográfica, da música e do uso de microfones que permeiam o espetáculo. 

Nesta linguagem híbrida, busca-se dialogar com as diversas idades do espectador, construindo um espetáculo com distintas camadas de leitura. A indicação é para maiores de 7 anos.

Para o psicólogo, o teatro é um lugar seguro para que estas experiências possam ocorrer, estando a criança protegida pelo terreno ficcional e lúdico que o teatro engendra. Ao sair do espetáculo, ela poderá conversar com seus pais a respeito do que mais lhe tocou, com a segurança de tratar-se de uma obra de “faz-de-conta”.

PROJETO GOMPA — O Projeto GOMPA é um coletivo de artistas que desenvolve projetos de experimentação em dramaturgia e linguagem cênica, pesquisando cruzamentos entre teatro, dança, música, artes visuais e audiovisual, com ênfase na fusão das diferentes artes como princípio narrativo. 

As criações são feitas em colaboração com artistas de diferentes escolas e companhias. O grupo possui também uma atenção especialmente voltada a experimentações de linguagens que ampliem os limites do que compreendemos por teatro para adultos e teatro para público infantojuvenil.

ESCALA CULTURAL — Realizado pela 2 Coelhos Comunicação e Cultura, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e o patrocínio de diversas empresas, o Escala busca selecionar espetáculos teatrais de grupos que estejam participando de festivais e mostras ou realizando apresentações isoladas por meio de editais, fazendo com que eles deem uma “paradinha” por aqui, inserindo o município em seus roteiros. 

Nesta edição, a curadoria é assinada pelo jornalista e crítico teatral Valmir Santos, de São Paulo, e pela produtora cultural Rachel Coelho. Santos é doutorando em teoria e prática do teatro pela Universidade de São Paulo, editor e fundador do site Teatrojornal - Leituras de Cena, que existe desde 2010. 

2 Coelhos Comunicação e Cultura