DIA DO TRABALHADOR

Valorização dos profissionais é fundamental em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo

Demissões a pedido do colaborador são a maioria dos motivos de desligamentos de profissionais qualificados em 2021; busca por melhores condições é motivação principal

Valorização dos profissionais é fundamental em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo
Profissionais capacitados estão em falta no mercado e, por isso, valorizar a equipe e promover retenção é fundamental. - Foto: senivpetro/Freepik

Ao redor do mundo, o 1º de maio é reconhecido como o Dia do Trabalhador. A data tem como objetivo homenagear os milhares de trabalhadores americanos que foram às ruas em maio de 1886 para reivindicar melhores condições de trabalho. Nos EUA, o dia é conhecido como Labor Day.

Exatos 136 anos depois, potencializada pela pandemia, responsável por trazer à tona questões sobre a saúde mental e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, a celebração não poderia ser mais atual e necessária. 

Profissionais buscam melhores oportunidades de trabalho — Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostram que 49% dos desligamentos ocorridos no quarto trimestre de 2021, entre profissionais qualificados, ou seja, pessoas a partir dos 25 anos e com formação superior completa, se deram a pedido do próprio colaborador, de forma voluntária. 

Ao longo de todo o ano, 48% do total de afastamentos seguiu essa motivação, enquanto 41% representaram demissões sem justa causa. Os 11% restantes abarcam desligamentos motivados por fim de contrato, acordo, justa causa, aposentadoria e morte.

“Parte dessas desistências pode ser atrelada à insatisfação com o trabalho, dado que o período de incertezas pelo qual viemos passando promoveu uma maior valorização do equilíbrio entre vida pessoal e profissional, fazendo com que os colaboradores passassem a dar mais importância para a saúde mental e o sentimento de realização”, reflete Fernando Mantovani, diretor-geral da Robert Half, empresa de recrutamento especializado.

“Esse desafio de retenção deve estar no topo das atenções das empresas. Os pacotes de remuneração estão em linha com o que vem sendo praticado no mercado? A equipe se sente valorizada e motivada diariamente? Existe a atenção da liderança para a sanidade mental dos colaboradores? Olhar para essas questões é um passo imprescindível para manter uma força de trabalho talentosa e engajada”, destaca Mantovani.        

Taxa de desemprego entre profissionais qualificados é a mais baixa dos últimos seis anos — A 19ª edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH) analisou os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que após passar por uma metodologia própria da consultoria, revelou que a taxa de desemprego entre os profissionais qualificados, pessoas a partir dos 25 anos e com formação superior completa, chegou a 4,9% no quarto trimestre de 2021, índice mais baixo desde o quarto trimestre de 2015, quando a taxa alcançou 4,3%. 

Em comparação, a taxa de desemprego da população em geral, que inclui essa categoria de profissional, foi de 11,1%. Ao analisar o mesmo período do último ano, o índice de desemprego dos profissionais qualificados recuou 1,4 ponto porcentual. Já em relação ao trimestre imediatamente anterior, a taxa retrocedeu 1,1 ponto porcentual, confirmando o bom momento do mercado de trabalho qualificado no final de 2021.

“É preciso quebrar o mito de que por conta do alto índice de desemprego geral, há muitos profissionais qualificados à disposição do mercado. Os bons talentos não estão tão disponíveis, além de frequentemente contarem com mais de uma proposta em mãos em uma situação de movimentação. Nesse cenário, ser estratégico e planejar ações de recrutamento e seleção faz toda a diferença”, completa o diretor-geral. 

Robert Half