A importância do 8 de março e como a data impacta projetos e políticas maringaenses
O Dia Internacional das Mulheres é crucial para levantar discussões e possíveis soluções dos problemas enfrentados pelo gênero

No dia 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data é lembrada por muitos nas redes sociais com grande carinho e admiração às mulheres que fazem parte de nossas vidas. No entanto, o surgimento desta data tão importante tem um histórico de perdas e muita luta feminina. Mas afinal, o que representa o dia 8 de março?
Tudo começou com um movimento operário em 1908, reunindo mais de 15 mil mulheres marchando pelas ruas de Nova York. O objetivo do protesto era conquistar a redução na carga horária das jornadas de trabalho, salários melhores e também o direito ao voto — pois nessa época às mulheres não possuíam voz na democracia.
O ato resultou em uma data nacional, declarada pelo Partido Socialista da América, que foi internacionalizada por Clara Zetkin em 1910, na Conferência Internacional de Mulheres Socialistas em Copenhague. No entanto, somente em 1975 é que o Dia Internacional da Mulher foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Muitos questionam qual a necessidade em haver um dia dedicado às mulheres. O fato é que cada vez mais mulheres ao redor do mundo enfrentam um retrocesso em sua garantia de direitos, além de estarem sujeitas ao feminicídio e, principalmente, ao machismo, onde quer que estejam.
Além disso, a desigualdade entre gêneros teve um grande aumento durante a pandemia. De acordo com pesquisa realizada pela Global Gender Gap Report 2021, do Fórum Econômico Global, o tempo necessário para acabar com a disparidade de gênero saltou de 99,5 para 135,6 anos, e o Dia Internacional da Mulher tem uma grande importância nessa longa jornada no decorrer das décadas.
É graças a mobilizações em prol de datas como essa que discussões acerca dos problemas de gênero são abordadas e soluções podem ser tomadas.
Além da liberdade e o direito ao voto conquistados nas últimas décadas, o caminho para a emancipação e empoderamento das mulheres ainda possui vários obstáculos, entre eles: violência física, sexual e psicológica, feminicídio, falta de oportunidades, preconceitos e, até mesmo, os desafios da maternidade.
OPORTUNIDADES E AMPARO — Existem projetos em prol do empoderamento de mulheres e na solução de seus problemas. Muito além do respeito, garantir oportunidades e segurança às mulheres é fundamental para ajudar na luta feminina.
Em Maringá, é possível citar algumas iniciativas públicas que visam o bem-estar e a garantia de direitos às mulheres, além de protegê-las de possíveis violências. Primeiramente, a existência da Secretaria Municipal de Políticas Públicas para Mulheres (Semulher) assegura que demandas femininas sejam discutidas e valorizadas.
É através da Semulher que problemáticas como a pobreza menstrual (mulheres que não tem acesso à absorventes), a dependência financeira e a violência doméstica ganham destaque e buscam ser combatidas.
- Receba as novidades de Maringá pelo Whatsapp ou Telegram.
- Siga o Maringa.Com no Instagram ou Google News.
- Siga o Maringa.Com no Canal do Whatsapp
Nesse combate, o projeto “Qualifica Mulher” é uma arma poderosa. Em sua terceira edição, com cursos de Manicure e Pedicure, Doces Finos, Cuidadora de Idosos e Confeitaria, o projeto profissionalizante e gratuito já transformou a vida de mais de 500 mulheres maringaenses que não possuíam independência financeira.
“Investir na qualificação das mulheres é promover igualdade e equidade. Atuamos constantemente no incentivo da qualificação da mulher, empoderamento e autonomia financeira. Os cursos promovem a independência da mulher, não tenho dúvidas disso”, afirma a Secretária de Políticas Públicas para Mulheres de Maringá, Terezinha Pereira.
Outras iniciativas como as aulas de Defesa Pessoal Feminina, a distribuição gratuita de absorventes e o Centro de Referência e Atendimento à Mulher Maria Mariá (CRAMM) são um poderoso arsenal para garantir dignidade e segurança às mulheres.
Destinado ao acolhimento de mulheres vítimas de violência — sejam elas físicas, psicológicas, sexuais, morais e patrimoniais, conforme classificação da Lei Maria da Penha — o CRAMM, somente em 2019, registrou mais de 1,5 mil atendimentos. Um mês após o início da pandemia, em abril de 2020, o cenário de violência contra a mulher no município de Maringá se intensificou. Um levantamento apontou aumento de 15% no número de ocorrências registradas na Delegacia da Mulher.
De acordo com a delegada Luana Lopes, as violências sofridas vão além do físico. “São ameaças, injúrias, difamações, perturbação da tranquilidade, vias de fato (agressões físicas que não deixam vestígios) e lesão corporal (quando a agressão deixa marcas)”, explica a delegada.
Os atendimentos prestados pelo município incluem acompanhamento psicológico, jurídico e até mesmo a Casa Abrigo, onde mulheres e suas famílias em risco de morte são acolhidas em segurança. “O objetivo é abrigar as mulheres vítimas de violência e oferecer condições para que elas possam se livrar da dependência financeira que, na maioria dos casos, as impede de romper esse ciclo de violência. Para isso, oferecemos cursos de capacitação profissional permitindo que elas saiam da Casa Abrigo com condições para entrarem no mercado de trabalho", destaca Terezinha, secretária do Semulher.
INSPIRAÇÕES — Que tal conhecer a história de mulheres fortes, importantes e inspiradoras nessa data tão especial? Desde o dia 4 até o dia 14 de março a exposição “Mulheres que Inspiram” está disponível ao público no Shopping Catuaí de Maringá.
A ação tem o objetivo de homenagear 15 personalidades femininas de Maringá e apresentar as histórias emocionantes de cada uma, seja pelas suas trajetórias pessoais ou por se destacarem em suas áreas de atuação profissional.
Algumas homenageadas são Ana Cláudia Pirajá Bandeira, primeira mulher presidente da OAB Maringá; Maria Tereza Cordeiro, conhecida como “Dona Tereza do Sopão”; a cantora e compositora Rubia Divino; a atual presidente da ACIM Mulher, Cláudia Michiura; Erika Carvalho, idealizadora do projeto social Casa da Criança; a professora Aracy Adorno Reis, militante pelas causas das mulheres negras; e a fisioterapeuta Karina Goto, que compartilha sua comovente história de superação.
Clique aqui e confira a programação da exposição “Mulheres que Inspiram”.