QUARENTENA

Como se adaptar e do que abrir mão para realizar o grande sonho de se casar em plena pandemia?

Casais e trabalhadores do setor de eventos relatam suas experiências em planejar um casamento em meio ao caos da pandemia

Como se adaptar e do que abrir mão para realizar o grande sonho de se casar em plena pandemia?
A influencer Gi Cantagalli conta sua experiência de adaptar o casamento no período de pandemia. - Foto: Arquivo pessoal/Gi Cantagalli

Com a chegada de 2021, muitos casais contavam com a melhoria do cenário ou até mesmo o retorno da normalidade no setor de eventos. Isso porque, a realização do grande sonho em se casar, agora tem restrições devido a pandemia da covid-19 que já perdura há quase um ano e meio.

A influenciadora digital e estudante de psicologia, Gi Cantagalli, começou a organizar seu casamento em fevereiro de 2020. Obstáculos não faltaram e somente um ano depois conseguiu realizar a cerimônia, mesmo que durante a pandemia.

“Até hoje não temos uma estimativa de quando tudo isso vai passar. Vimos tantas pessoas adiarem eventos, tanto sofrimento. A gente queria muito casar e como o matrimônio era mais importante que o evento do casamento, resolvemos fazer uma cerimônia religiosa para cumprir o nosso objetivo, que era se tornar marido e mulher” relata Gi Cantagalli.

Com as medidas restritivas vigentes no município de Maringá, Giovana afirma que o casamento em meio a uma pandemia foi desafiador, exigindo mais atenção e cuidados, principalmente referente à segurança e saúde dos poucos convidados.

O número de convidados teve que ser reduzido, mas ela garante que não faltou carinho à distância. “Graças a Deus a gente pôde ter o apoio dessas pessoas que nos mandaram mensagens, que foram carinhosas e nos celebraram de longe”, explica a influenciadora digital.

Apesar do momento difícil, a jovem de 22 anos afirma que o casamento foi perfeito e garante que fará a festa quando tudo melhorar. “Fez falta ter aquela galera celebrando no final, sabe? Isso foi a única coisa que fez falta. Agora a expectativa é o momento de poder reunir todo mundo quando a pandemia passar pra fazermos nossa festa de casamento. Tenho certeza de que vai ser um momento muito feliz também” finaliza.

O OUTRO LADO DA MOEDA – Para os trabalhadores do setor de eventos a pandemia também tem sido um grande desafio de adaptação. Juliana Takaoka é assessora de eventos e trabalha com casamentos desde 2009. Neste mais de um ano de pandemia, ela afirma que a maior dificuldade tem sido remarcar as datas, já que os casamentos planejados para o ano anterior ainda não foram realizados. “Os casamentos de 2020 foram adiados para 2021, então há um conflito na agenda de muitos fornecedores”, explica Juliana.

Para conseguir conciliar as demandas, a assessora diz que pede flexibilidade aos casais em relação as datas. “O que tenho recomendado aos noivos é que sejam flexíveis em relação a data. As vezes os lugares acabam fechando com novos clientes e não sobram datas para os que iriam remarcar. Recomendo flexibilidade para invés de casar no sábado, casar em uma sexta-feira ou no domingo e feriados, por exemplo. É um momento diferente para todo mundo, então é importante os casais serem mais maleáveis”, comenta Juliana.

A assessora também relata que muitos casamentos foram cancelados na semana da data prevista devido a publicação de novos decretos e restrições. “Vemos muitos decretos sendo publicados na semana do evento, cancelando tudo. Isso é muito complicado porque 15 dias antes já tá tudo confirmado: número de pessoas, quantidade de comida, decoração”, diz Juliana.

Sobre sua agenda, Juliana afirma que tem recomendado aos casais que marquem o casamento a partir de dezembro, para evitar essas dores de cabeça. “A noiva já é uma pessoa naturalmente ansiosa aí se vê em um quadro desse de que não tem certeza se vai poder realizar o evento. Para evitar essa ansiedade, tenho pedido aos meus clientes para marcarem os eventos a partir de dezembro porque provavelmente até lá boa parte da população já vai ter sido vacinada, possibilitando a flexibilização para realizar eventos com maior liberdade”, explica a assessora.

Sobre as expectativas para os eventos pós-pandemia, Juliana destaca que a emoção com certeza estará mais aflorada, tanto para os noivos, seus amigos e familiares, como para os que dependem desse setor para sobreviver.

“Naturalmente os casamentos já são eventos emotivos, mas acredito que isso vá se intensificar. Poder dançar junto, celebrar, abraçar… tudo isso vai trazer uma nova emoção para os casamentos. Muitos fornecedores desistiram desse ramo durante a pandemia e quando tudo isso passar, realizar casamentos novamente vai ser como uma vitória” finaliza a assessora.

Ao redor do mundo muitos países retomam a normalidade com o avanço da vacinação. Israel e Austrália são dois exemplos. No Brasil, cerca de 18,54% de brasileiros foram vacinados e o que prevalece é expectativa de que normalidade se restaure logo, possibilitando a celebração coletiva de momentos emocionantes e felizes como o matrimônio de um casal.

Jornalismo na Web