EDUCAÇÃO

APP-Sindicato ameaça entrar em greve caso governo do Paraná determine a volta das aulas presenciais

Governador Ratinho Junior (PSD) e o secretário da Educação, Renato Feder, anunciaram a volta às  aulas de forma gradual a partir da próxima segunda-feira (10).

APP-Sindicato ameaça entrar em greve caso governo do Paraná determine a volta das aulas presenciais
O governo do Paraná afirma que, com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), avaliou estudos de 21 países que apontam que a escola não é local de grande transmissão do coronavírus. - Foto: Divulgação SEED

A APP-Sindicato (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná) decidiu fazer greve caso as aulas presenciais sejam retomadas antes da imunização completa de professores e funcionários das escolas. Mais cedo, o governador Ratinho Junior (PSD) e o secretário da Educação, Renato Feder, anunciaram a volta às  aulas de forma gradual a partir da próxima segunda-feira (10).

“Definimos a deflagração da greve caso haja imposição desta volta sem a vacinação nas duas etapas de toda categoria”, afirma a secretária Educacional da APP-Sindicato, professora Walkiria Mazeto.

“A APP-Sindicato defende a vacinação para toda população, bem como a vacinação para professores e funcionários como condição para voltar às aulas. Queremos sim o retorno ao trabalho presencial, mas o retorno com segurança”, completa ela.

Segundo a categoria, não há condições estruturais nas escolas para o retorno e faltam profissionais para o devido acompanhamento dos estudantes. A APP-Sindicato aponta, por exemplo, que o governo estadual cerca de 8 mil funcionários na última sexta-feira.

O sindicato ainda justifica a greve com o fato da pandemia de covid-19 estar com patamar alto de casos. Para a categoria, a circulação de um milhão de estudantes com mais 120 mil profissionais vai gerar um novo caos na transmissão da doença.

MODELO HÍBRIDO PASSA A SER USADO PARANÁ

Ratinho Junior e Renato Feder anunciaram a volta às aulas no Paraná na manhã desta terça-feira (4), em evento realizado no Palácio Iguaçu. O governo do Paraná afirma que, com a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), avaliou estudos de 21 países que apontam que a escola não é local de grande transmissão do coronavírus.

“Vamos avançar nesses dois nichos da população, as pessoas com comorbidades e os profissionais da Educação. Nesse novo lote [de vacinas] que chegou, 32 mil doses serão destinadas aos profissionais da Educação municipal, estadual e das escolas privadas”, afirmou Ratinho Junior.

“Estamos vendo uma pressão psicológica na cabeça dessas crianças e jovens por estarem distantes das escolas há um ano e meio. Estamos vendo um aumento de agressão a crianças dentro de casa e a escola tem função de monitorar a relação do aluno com o pai. Essa questão social é muito importante assim como o aprendizado”, completou o governador.

O modelo híbrido, já anunciado no ano passado, consiste no rodízio entre alunos. Parte dos estudantes assiste às aulas presencialmente, em sala de aula, enquanto a outra parte acompanha remotamente, vendo as aulas ao vivo. Para isso, as salas de aula estão equipadas com computadores e internet, possibilitando que os professores interajam com ambos os grupos de estudantes.

“A abertura vai acontecer de forma gradual. Priorizamos nesse primeiro momento escolas em municípios que já abriram os colégios [municipais] pela questão do transporte escolar e também escolas mais vulneráveis, de alunos que não têm acesso as aulas on-line”, argumentou Feder. Contudo, o retorno presencial das aulas no Paraná não é obrigatório.

Pais, mães ou responsáveis legais que desejem o retorno dos estudantes devem assinar um termo de autorização a ser entregue na instituição de ensino. Os alunos que optarem por não ir às aulas presencialmente continuarão no ensino remoto (que inclui as plataformas digitais do Aula Paraná, videoaulas no YouTube e TV aberta, além do kit pedagógico impresso), que acontece desde o início deste ano letivo, em 18 de fevereiro.

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